O médico Eduardo De Rose, especialista em controle de dopagem e membro da comissão médica do COI, comentou na manhã desta sexta a punição de cinco meses imposta à ginasta Daiane dos Santos pela Federação Internacional de Ginástica. A atleta, flagrada no antidoping para a substância furosemida, poderia ficar afastada por até dois anos. Diante da situação, De Rose afirma que a notícia foi boa para a gaúcha:
- Sempre gostei de apreciar a Daiane. É uma atleta que trouxe muitas alegrias. Essa notícia é boa para ela. Os advogados dela estão de parabéns, frente à possibilidade de ficar fora por dois anos. Uma punição de cinco meses é praticamente nada, visto que ela não está competindo - declarou em entrevista ao Redação SporTV.
De Rose lembrou, no entanto, que talvez o caso não esteja encerrado. A Agência Mundial Antidoping (WADA) pode recorrer da decisão e levar o debate para o Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) em Lausanne, na Suíça.
Sobre a declaração do presidente do Comitê Olímpico Internacional (COI), Jacques Rogge, de que não aceitaria em Londres atletas pegos no antidoping, o médico gaúcho destacou que isso não está estabelecido em lei:
- Esse pronunciamento não está especificado em legislação, mas ele tem o direito de aceitar ou não determinada inscrição de atleta - salientou.
De Rose explicou ainda as razões para o uso da furosemida:
- A substância é um diurético, e todos são proibidos por duas razões. Como ele aumenta a quantidade de água que é eliminada, dilui a urina e mascara outros agentes. Outro uso é a perda de peso. Se vê muito isso em esportes em que há a categoria de peso, como judô, boxe. No caso da Daiane, não conheço o tratamento a que ela estava se submetendo - salientou.
Na época da divulgação do resultado do exame, Daiane alegou que fez uso da substância para eliminar gorduras localizadas.