A retomada do programa Minha Casa, Minha Vida (MCMV), na categoria Faixa 1, que é totalmente subsidiada pelo governo federal, pode impactar, a partir de 2024, o setor econômico e de empregabilidade na construção civil de Caxias do Sul. Na maior cidade da Serra, são esperadas a chegada de 440 novas moradias da categoria Faixa 1, que contempla famílias com renda mensal bruta de até R$ 2.640,00 para a habitação urbana, e famílias com renda anual bruta de até R$ 31.680,00 para habitação rural.
Segundo o secretário da Habitação do município, Wagner Petrini, as moradias são de dois novos empreendimentos que já foram cadastrados, o Sann Genaro 1 e Sann Genaro 2. Cada um terá 220 novas casas. A expectativa é de que o Governo Federal anuncie mais moradias no início do ano que vem.
— Esses projetos já passaram pela primeira fase em nível superior, ou seja, atendem a todas as exigências e agora estão no Ministério das Cidades, onde aguardamos sermos contemplados. Também há um movimento de algumas construtoras, que estão estudando a possibilidade de lançamento de novos empreendimentos — afirma Petrini.
Ainda de acordo com o secretário, os empreendimentos serão construídos no bairro Reolon, ao lado da Escola Municipal de Ensino Fundamental San Gennaro. Para que as obras tenham início, o município aguarda pela autorização do Ministério das Cidades. A previsão é de que as 440 novas moradias sejam entregues até o ano que vem.
Conforme o vice-presidente da Câmara Brasileira da Indústria da Construção (CBIC), Oliver Viezzer, a retomada do programa no município pode causar impacto direto, não apenas para famílias que precisam das moradias, como, também, para o crescimento de empregos gerados no setor de construção civil.
Pelos dados atualizados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), de janeiro a julho deste ano foram menos 11 vagas formais geradas na construção civil de Caxias do Sul. O saldo foi uma queda expressiva de 105% em relação a 2022, quando, no mesmo período, a cidade gerou 218 vagas formais.
— A retomada contribui com a movimentação do comércio de materiais, mas, principalmente, da contratação de mão de obra. Acredito que isso deva acontecer em breve, porque os limites foram alterados há pouco tempo, então, entre o prazo de entrar com o projeto na prefeitura, aprovar e começar a obra, demora um tempo. Então, penso que os sinais de movimentação econômica e também na geração de empregos, sejam vistos a partir do ano que vem — afirma Viezzer.
Para todo o Estado, a terceira edição do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), prevê a conclusão de cerca de seis mil moradias do Minha Casa, Minha Vida, que foram paralisadas. Conforme Viezzer e Petrini, em Caxias, não existem obras inacabadas que serão retomadas, apenas novos empreendimentos que podem ser construídos.
A reportagem tentou contato com o Ministério das Cidades e com a Secretária de Planejamento de Caxias para ter uma previsão sobre os processos de novos empreendimentos que podem estar começando ou que serão iniciados na cidade a partir do ano que vem, mas não teve retorno até a publicação desta reportagem.