A cada 10 empresas, seis não sobrevivem após cinco anos de atividade. Este dado do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) mostra o quão difícil é fazer um negócio perseverar. Comemorar uma década já é um grande feito. Completar um século de operações é uma façanha. Para tal, é preciso persistência, inovação, atenção às mudanças dos clientes e da economia e, claro, apego. Os proprietários e herdeiros precisam desenvolver um certa relação com a empresa para resistir às tentações e oportunidades de mercado.
Para comparação, Caxias do Sul e Bento Gonçalves, os dois maiores municípios da Serra, comemoraram 132 anos de existência em 2022. Ou seja, para uma empresa ser centenária, ela precisa ter sido fundada nos primórdios da região. E ter passado por todo o contexto histórico que os próprios municípios viveram.
Uma das empresas a entrar neste seleto clube recentemente foi a Aida Alimentos, que sempre manteve a mesma sede no bairro Maria Goretti, na Capital do Vinho. A empresa da família Gasperin começou, em 1922, como um abatedouro, se estabeleceu com a venda de embutidos e, agora, vislumbra o turismo para expandir.
O fundador, Ernesto Bortolo Gasperin, construiu o prédio que até hoje abriga a empresa, na Rua Guilherme Fasolo. Na época, o endereço não ficava na área urbana. A família morava no andar superior e a fábrica funcionava na parte debaixo. Naquele início, o principal produto do negócio era a banha.
– Foi o conhecimento que tinham na Itália de abater e processar produtos primários, produtos crus. O principal produto era a banha, que era o conservante daquela época. Na década de 1970, surge o óleo de soja e a geladeira, então o meu pai (Mário Antônio Gasperin) enxergou uma saída e foi aprender a fazer produtos cozidos: salsicha, mortadela, apresuntados e outros mais. Essa evolução determinou mais um passo no centenário da empresa – conta o empresário Mauro Francisco Gasperin, a terceira geração à frente da empresa.
A história do seu Mauro se confunde com a da empresa. Ele conta que nasceu no mesmo prédio, afinal, a casa da família era anexa, e teve a carteira assinada aos 13 anos.
– Sempre fui o discípulo do meu avô. Desde criança, estava sempre junto e ele trabalhou até os últimos dias dele. Então, peguei todo o mecanismo, desde comprar animais, fazer o abate e processar. Passei por todos os setores da empresa. Depois, comecei a estudar para ter uma visão mais ampla das possibilidades financeiras, contábeis e jurídicas – conta o empresário, que é formado em Contabilidade, Economia e Direito.
Naquela época, o negócio familiar era baseado na intuição. Mauro conta que foi o primeiro a calcular os custos e lucros. O que levou a uma decisão: fechar o abatedouro e focar na indústria. O pioneirismo seguinte aconteceu na década de 1970, quando a Aida Alimentos passou a oferecer produtos fatiados.
Numa retrospectiva assim, as decisões e mudanças parece que são simples. Não foi assim. Os conflitos acontecem. Inclusive, a partir do final da década de 1990, quando a quarta geração, das filhas Janaína e Mariana, começa a colocar suas ideias na empresa.
— A família e a empresa sempre se misturaram muito. A gente nem sabia o que era a casa da avó e o que era a empresa. Também nascemos dentro da empresa. E as nossas escolhas de formação, a minha em Administração e da Janaína em Publicidade, também. O seu Mauro sempre nos deu muitas opções, contanto que trabalhasse aqui. Por muito tempo, a gente até levou como um fardo. Mas hoje a gente entende que foi um presente — comenta Mariana.
— Quando não é no amor, é na dor, né? Tivemos muitos conflitos de geração. Vários. O que é bem legal é que, por mais que a gente discuta, o foco sempre é a empresa. São brigas, cobranças, mas o foco é sempre a continuidade da empresa. Queremos manter a parte sólida da empresa, que é o sabor, a produção e a história, e também modernizar a imagem, abrir possibilidade do turista, atrair com a nossa tradição e um varejo — complementa Janaína.
— Tudo isso, eu tive com meu pai também. Muitos conflitos, os conceitos que ele tinha, a necessidade de modernizar. Por isso, sempre digo que elas têm de brigar comigo também. Porque se chama evolução. O meu pai também teve dificuldade de aceitar, mas aí a gente vê resultado e se dobra. O que a gente tem de enxergar é sempre um objetivo. E o objetivo é prolongar, é continuar a empresa — concorda seu Mauro.
Neste ponto, a família Gasperin ensina duas virtudes necessárias para alcançar um século de empresa. A primeira é a inovação constante, estar atento ao mercado e às mudanças desejadas pelo cliente. A outra é a resiliência, saber lidar com as frustrações. Afinal, erros acontecem.
— O Seu Mauro sempre foi o primeiro a levantar esta bandeira. Vamos tropeçar, vamos cair, mas vamos superar. Os 100 anos traz este peso. É uma coroação, mas também a responsabilidade de ter a continuidade. Até agora a gente acertou. Entre erros e acertos, a gente está aqui. Mas não dá garantia de que a gente continuará. Então, é aprender, ouvir, olhar o mercado — opina Mariana.
— Não é a empresa da família, é a família. E os 100 anos nos trazem um certo amor próprio também. O nosso olhar é só para frente. Temos várias metas a atingir e sabemos que vai exigir cada vez mais. O grande desafio é que essa é a nossa geração, de mulheres, o que já é uma inovação grande, não aconteceu ainda na história da família — aponta Janaína.
Esta marca centenária, tão representativa para as duas filhas e de reconhecimento para a sociedade, não alcançou as emoções do seu Mauro. Alcançar os 100 anos foi apenas um passo natural.
— Sempre digo que eu quero passar dos 100 anos. Então, a empresa, consequentemente, tá na minha frente, né? A minha esposa diz que sou muito teimoso, eu digo que sou muito persistente. Nunca tive visão de vender a empresa, por exemplo. Ela tem de permanecer na família. Então, chegar aos 100 anos era só questão de tempo — conclui o empresário.
Historicamente inovadora, Salton criou processos para amenizar choque de gerações
Ser familiar certamente ajuda na longevidade de um negócio. Entretanto, está longe de ser uma regra. Afinal, quantas empresas familiares foram vendidas ou encerradas pelo desinteresse ou conflitos dos herdeiros. A sucessão de gerações pode ser um momento de conflito. Por isso, a Vinícola Salton, que completou 112 anos em Bento Gonçalves, optou por formalizar um plano sucessório e a participação familiar.
O diretor-presidente Maurício Salton, 39, da quarta geração da família, aponta que cada passagem teve suas características e suas lições. Ele acredita ser normal, em qualquer empresa, por vezes, existir desinteresse familiar ou conflitos de interesse entre patrimônio, onde fóruns de discussões familiares se confundem com questões profissionais e empresariais. Por isso, a solução foi estabelecer um caminho para as decisões.
— Criamos ferramentas dentro da empresa, com estatutos e algumas formalizações, de como esse processo deve acontecer. Partimos de um desenho de um plano sucessório, com algumas regras, qualificações básicas necessárias e como devem proceder essas mudanças. Passamos a ter um conselho de administração que recebe executivos mais experientes da empresa. Começa a se formar uma estrutura onde há um corpo executivo mais jovem, mas que é respaldado por um conselho de administração formado por quem trabalhou por décadas na empresa. Buscamos fazer que esse choque de gerações, de ideias, seja amenizado — aponta Maurício.
A história da família Salton começa com a chegada dos imigrantes da Itália, em 1878. O patriarca Antonio Domenico Salton fundou a “casa di pasto”, em Bento Gonçalves, e passou a produzir o vinho que serviam aos hóspedes. A formalização da empresa aconteceu em 1910 pelo filho mais velho, Paulo Salton. A elaboração de espumantes começou em 1933.
Diversas reinvenções marcaram a trajetória da empresa Salton. Do vinho artesanal da "casa di pasto" ao reconhecimento nacional do vinho branco pelo presidente Jânio Quadros, em 1961, do sucesso do conhaque Presidente, em 1970, à liderança de espumantes nacionais comercializados, em 2005.
— Nos anos 1980, a grande fatia do faturamento da empresa era oriunda de destilados, especialmente do Presidente, que era uma marca forte. Representava 85% do nosso negócio Hoje, a Salton se consolidou em cima dos espumantes, que representam quase 50% do nosso negócio. Mas, agora, retomamos os destilados com uma abordagem mais ampla. Um aspecto novo de mercado para coquetelaria e drinks. Nosso portfólio tem produtos que concretizam esse novo olhar. Uma dose de inovação que mostra a força da Salton, com produtos que conversam com consumidores jovens — analisa o diretor-presidente.
O que não mudou nesta história centenária é o que o Maurício denomina de parte mais quente da Salton. São lições que vieram da estrutura familiar, 112 anos atrás com Paulo Salton e os irmãos, e que Maurício viveu ainda na adolescência, quando nas férias escolares ia pesar uva durante a safra ou servir garrafas nas feiras.
— Mudar as frentes do negócio faz parte, é algo necessário. Existe uma necessidade de dinamismo. A empresa não pode ser estática. O que procuramos preservar é a essência e os valores centrais da empresa, que são os lados mais quentes. O jeito de ser, como construir um ambiente, como se relacionar com as pessoas, como valorizar as equipes... É aquele olhar um pouco mais quente que a gente coloca pro negócio. É da nossa essência, Salton, manter em equilíbrio o lado econômico e lado humano.
Neste tema, Maurício destaca um ponto importante para prosperar ao longo dos anos: pensamento coletivo. Mesmo que desafiadora em uma empresa com quase 500 colaboradores, a comunicação precisa imbuir a todos.
— É um aspecto importante de governança. Um trabalho recorrente e fundamental para qualquer empresa que procure ter longevidade. É fácil ter pensamentos por subjetividade ou questões interpretativas. Tentamos trazer o nosso ponto, com números, para conseguir tangibilizar. A manutenção de um clima de trabalho positivo passa pelas pessoas perceberem que são valorizadas e encontrem na Salton um plano de carreira. Percebam uma estrutura com possibilidades de crescimento — comenta o diretor-presidente, que finaliza:
— A palavra que usamos todos dias é resiliência. Não são sempre dias bons. Há inúmeros desafios que demandam uma dose de paciência. Não podemos perder o foco do trabalho sempre que vier uma tempestade. Não tem como não ter erros. O importante é ter mais acertos (na trajetória).
Bom senso e valores direcionaram a Veronese pela história
A vitivinicultura está fortemente relacionada às empresas mais antiga da Serra, afinal foi a cultura que estabeleceu as vilas formadas pelos imigrantes italianos. A família Veronese também se estabeleceu na Colônia Caxias com a produção de vinhos e graspa, com o patriarca Felice sendo um pioneiro a "exportar" para São Paulo.
Todavia, o destino dos Veronese mudou pelas ideias do primogênito Luiz, um químico autodidata que acreditou que poderia melhorar a produção de vinho por técnicas e insumos. Com apoio da família, em 1911, ele fundou a fábrica Veronese e passou a desbravar este mercado.
Após 111 anos, a Veronese mantém o mesmo negócio: a venda de insumos para indústrias de alimentos e de bebidas, tanto no Brasil quanto no exterior. Os produtos naturais são derivados de tartarato, tanino e sulfitos. Em sua terceira sucessão e segunda geração da família, os processos foram modernizados e a estrutura expandida, contudo a base é a mesma.
— Houve momentos onde tivemos que adaptar aos tempos que mudavam. Estivemos atentos aos mercados. Para persistir, penso que é preciso uma certa dose de bom senso com um pouco de uma visão um pouco mais conservadora. Sobretudo, para levar adiante se adaptando as situações — comenta o sócio diretor Paulo Ernesto Veronese, 67.
— Apesar de fazermos, basicamente, a mesma linha de produtos, temos uma capacidade adaptativa que vem se mostrando no decorrer dos anos. Somos uma empresa centenária, mas não somos uma empresa velha. Estamos efetivamente bem alinhados com os tempos atuais. Temos inovação alinhada com esta tradição enorme de cem anos — corrobora a irmã e sócia conselheira Maria Elena Veronese, 72.
A inovação da Veronese foi estratégica, pois a tornou cliente e fornecedora do produtor de vinho, que 111 anos depois ainda caracterizam a Serra. A mesma tradição é vista no núcleo familiar da empresa. Os irmãos demonstram ser comedidos e seguros para perseverar ao longo do tempo.
— Algumas crises trazem oportunidades, outras trazem desafios pra serem superados. Procuramos agir de forma prudente, evitando arrojos em momentos que não são oportunos e ser arrojado em momentos propícios. Antes de um beabá, é uma leitura de cada momento. É uma dosagem do momento, numa tentativa de entender o momento da economia — acredita Paulo.
— Esse estilo conservador em termos de riscos faz parte, talvez, do perfil da família. Não somos ousados ou agressivos para fazer a empresa crescer a qualquer custo. Lembro de uma série inglesa em que um duque diz que "não é o dono de tudo aquilo, e sim o guardião". É um pouco também da índole da nossa família, somos mais cuidadosos e respeitosos (com o negócio). Talvez, mais discretos e de falar pouco. Brinco que estamos aqui (na Rua Vereador Mario Pezzi) há 100 anos e tem gente que diz "nunca nos viu" — acrescenta Maria Elena.
Por mais histórico que seja, chegar aos 100 e aos 110 anos de empresa foi uma algo natural aos Veronese, porque o negócio faz parte da família. A data teria de ser alcançada um dia, pois o trabalho é diário. O diretor Paulo opina que não há receita ou fórmula mágica, apenas muitas experiências e histórias.
— A continuidade não tem sua inércia. Não irá continuar porque temos história atrás. Continuidade é alcançar pequenos objetivos, adaptação do dia a dia e evolução do negócio. Precisa ter um direcionamento, claro, ou não irá a lugar nenhuma. Mas tem de ter flexibilidade, procurando aproveitar oportunidade e mitigar riscos. Um dia após o outro — elabora.
Por outro lado, a marca centenária emocionou os discretos irmãos pelo livro encomendado com os escritores Tânia e Charles Tonet. Mais que um documentário, a intenção era resgatar a trajetória e mesclar com os inúmeros eventos históricos que a empresa prosperou. A produção da obra dimensionou este legado para os próprios Veronese, tão envolvidos com cada passo desta caminhada.
— Foi muito interessante que decidimos não deixar em brancas nuvens, fizemos alguns eventos e tivemos a ideia de fazer um livro. Quisemos contar a trajetória da empresa através dos contexto histórico. Foi algo gostoso de viver na família, todos buscando histórias e relatos. Idealizar este legado é mais forte do que a empresa em si. Existe muita proximidade de valores, de identidade, desde o nosso pai e o nosso tio até os nossos herdeiros, que já deixaram manifesto o desejo pela continuidade a empresa — avalia Maria Elena.
Empresário adquiriu a tradição e o conceito das Balanças Dalle Molle
Quando adquiriu as Balanças Dalle Molle, em 2000, Diovani Luiz Oldoni, 55, não estava preocupado com o maquinário ou o estoque que lhe foram entregues. Ele sabia que o maior valor estava no nome, aquela marca que já tinha penetração por todo Brasil e era sinônimo de qualidade para os clientes.
Como o sobrenome sugere, a família Dalle Molle foi mais uma que desembarcou no Brasil vinda da Itália. Ângelo Fortunato Dalle Molle foi o primeiro descendente nascido em terras brasileiras, na antiga Colônia Campo dos Bugres. O primogênito, contudo, não quis se dedicar a agricultura e mudou-se para a cidade, aos 20 anos, onde conseguiu emprego numa fábrica de ferramentas.
Foi lá que Ângelo teve seu primeiro contato com balanças, o que o levou a criar sua própria oficina. Em março de 1921, o jornal O Brasil anunciava a fabricação de "uma grande balança de pesar gado" feita pela Dalle Molle, "conhecida e acreditada fábrica" da Rua Visconde de Pelotas.
A empresa perdurou e se tornou referência em Caxias do Sul e, claro, teve dificuldades econômicas também. Em 1986, a empresa foi herdada pelos três netos de Ângelo e coube a Ricardo Dal Pont liderar a fábrica. A família, contudo, possuía outros negócios e interesses, o que é uma situação comum neste processo sucessão e acaba por levar muitas empresas ao seu fim.
A mudança do destino acontece em 1991, quando o estagiário do curso de Administração de Empresas Diovani Luiz Oldoni é contratado. Dois meses depois, Ricardo passou a gerência da fábrica para Diovani, pois precisava se dedicar aos outros negócios da família, o Pastifício Caxiense e Móveis Dal Pont.
— Entrei na empresa com a finalidade de aprender, pois eu só tinha o conhecimento teórico. Os herdeiros não tinham interesses e precisavam de alguém para cuidar da empresa. A partir de maio daquele ano, praticamente conduzi sozinho toda parte de escritório, vendas, compras, pessoal, enfim, o gerenciamento da empresa.
Após uma década liderando a Dalle Molle, Diovani decidiu fazer uma proposta aos sócios-proprietários. O negócio se concretizou em junho de 2000. Por iniciativa própria, o novo empresário manteve o nome da empresa.
— Não fazia sentido trocar o nome e perder esse patrimônio, essa história, o conceito que já tinha no mercado. Quis herdar essa tradição. A qualidade do produto sempre foi a marca Dalle Molle. Numa balança, especialmente, a precisão e durabilidade são fundamentais. Não se pode ter dúvidas. Você precisa acreditar no que a balança mostra. Esse sempre foi o balizador, desde o começo com o Ângelo Dalle Molle — salienta o empresário.
Ao contrário dos herdeiros de empresas familiares, que começam o seu aprendizado acompanhando a prática da empresa, os ensinamentos de Diovani vieram da faculdade. Até por isso, sua análise de prosperidade é voltada para o lado econômico. O estagiário que virou gerente lembra que o início foi muito complicado, com dívidas e pagamentos atrasados.
— Tenho essa característica de zelo pelo caixa da empresa. Andar seguro do que está fazendo, controlar as vendas, ter bastante critério para negociar e fazer opções mais rentáveis. Busquei construir uma sede própria e reduzir gastos. Ter um custo fixo baixo te permite enfrentar momentos de mais dificuldade. Não digo que seja uma regra para todos segmentos, mas, para ter uma empresa saudável, é importante ter esse caixa rigoroso — avalia.
A inovação também está presente nas Balanças Dalle Molle. Nestes últimos 30 anos, a empresa se modernizou, agregou serviços e alterou quase todo o portfólio oferecido. Desde a fabricação de balanças eletrônicas até a locação destes equipamentos, Diovani explica que foram medidas adotadas diante de cada movimento do mercado.
— Sempre há espaço para fazer alguma coisa diferente. Essa atenção é preciso ter, também, na condição de fazer: ter estrutura, pessoal e capacidade técnica. A demanda sempre tem uma caraterística evolutiva. O mercado quer um equipamento que funcione de uma forma melhor do que ele conhece ou já tem. Sempre estou preocupado de não bater de frente com demandas que não conseguirei realizar.
A exceção desta reformulação foi uma balança de pesar trigo. Inventada nos primórdios da Dalle Molle, o equipamento permanece mecânico e teve poucas alterações ao longo deste quase um século. Mesmo com o avanço da tecnologia, o formato original desta balança de peso hectolítrico, utilizada para medir a densidade de cereais, segue a preferência dos produtores, inclusive no exterior, sendo exportada para o Chile e Paraguai.
— É um produto que eu mesmo não acreditava e pensei em parar de produzir. Só que, na verdade, a nossa opinião vale pouco. O que vale é a opinião do cliente. Ele é o nosso foco e deve ser quem determina o sentido do que tu vai fazer.