A partir de 1º de abril, os moradores de Caxias do Sul pagarão R$ 6,33 por metro cúbico de água. O índice de reajuste, de 10,58%, representa R$ 0,61 a mais em relação à tarifa atual, de R$ 5,72, que está vigente desde abril de 2020. O aumento foi anunciado nesta segunda-feira (14) pelo Serviço Autônomo Municipal de Água e Esgoto (Samae) após não ter alterações na cobrança no ano passado.
Com o reajuste, a tarifa mínima residencial passará de R$ 28,60 para R$ 31,65. A tarifa comercial e pública, que era de R$ 61,40, agora será R$ 67,90 para até 10 m³. Para indústrias, o valor era de R$ 162,70 passará para R$ 179,90 para até 20m³. Já a tarifa social, que era de R$ 14,30, passa a ser R$ 15,82 – valor total de água e esgoto com consumo de até 5 metros cúbicos por famílias em situação de baixa renda.
De acordo com o diretor-presidente em exercício da autarquia, Ângelo Barcarollo, o reajuste no valor visa a manutenção mínima da receita para suportar o custeio do serviço e suportar os investimentos necessários na ampliação das redes de distribuição de água e esgoto pelos próximos dois anos. Segundo ele, o orçamento para 2022 é investir cerca de R$ 277 milhões de recursos próprios do Samae em projetos de ampliação e manutenção dos serviços.
Além disso, o reajuste é considerado pela autarquia como abaixo dos principais indicadores da inflação do exercício de 2021 e praticamente no mesmo patamar do IPCA-IBGE, calculado em 10,06% e historicamente utilizado como parâmetro.
Barcarollo afirma ainda que, somente com os últimos reajustes de energia elétrica, o Samae aumentou a despesa em 15%. Entram na conta também o aumento no valor do combustível, aquisição de insumos, produtos químicos utilizados no tratamento da água e do esgoto, bem como, na constante manutenção preventiva e corretiva das redes de distribuição de água e coleta de esgoto do município.
— Todas essas despesas repercutem nas contas e, após criterioso estudo por parte da equipe financeira da autarquia, o reajuste se faz necessário para mantermos minimamente os serviços e também os investimentos que precisamos executar ao longo dos próximos anos — justifica ele, que também é vice-presidente da autarquia.
Entre os investimentos previstos em ampliação, está a construção de, ao menos, três novas Estações de Tratamento de Esgoto (ETE) nos próximos anos, como é o caso da ETE do Sistema Maestra, em Monte Bérico, que exigiu R$ 2 milhões em recursos para desapropriação da área de 95 mil metros quadrados onde ficará instalada a estrutura. Também está no planejamento do Samae uma ETE na zona Sul de Caxias e também no Arroio Espelho. A ampliação da cobertura de redes coletoras de esgoto contribui na melhoria da qualidade dos efluentes que são liberados nos arroios, além de prevenir doenças transmitidas na água.
Com esses novos investimentos, Caxias do Sul se prepara para atender ao Marco Legal do Saneamento, que tem a meta de atingir a cobertura de 99% da população com acesso à água potável e 90% da coleta e tratamento de esgoto até o dia 31 de dezembro de 2033. Segundo Barcarollo, o acesso à água portável chega hoje a 98% dos caxienses e a coleta e o tratamento de esgoto abrange 60% do município.
O percentual de reajuste será aplicado a todos os serviços oferecidos pela companhia. No caso da taxa de esgoto, a cobrança será calculada individualmente de acordo com o consumo de água e o tipo de coleta realizada junto ao imóvel.
Reajustes nos últimos 10 anos:
2021 – 0%
2020 - 4,76%
2019 – 0%
2018 – 0%
2017 - 6,45%
2016 - 10,89%
2015 - 7,76%
2014 - 6,45%
2013 - 19,60%
2012 - 9,68%
Fonte: Samae