O cenário da safra da maçã em Vacaria, preocupante devido à estiagem, foi agravado com o incêndio na fábrica da Schio nesta semana. A Associação Gaúcha dos Produtores de Maçã (Agapomi) já estimava uma redução de 30% no volume da colheita por causa da seca. O acidente na empresa piorou a situação.
— Nós nos sentimos praticamente abatidos em pleno voo — disse José Sozo, presidente da Agapomi, durante entrevista ao Gaúcha Hoje da Gaúcha Serra nesta quinta-feira (10).
Segundo Sozo, com o incêndio, a Schio perdeu de 15% a 17% da capacidade de armazenagem. Um levantamento prévio apontou mais de 1,5 mil toneladas de frutas queimadas. A Schio atua há 35 anos no setor de agropecuária e a unidade em que houve o sinistro tem atividades desde 1994. A empresa é uma das maiores de produção de maçãs do Brasil, responsável por 80% da exportação da fruta para cerca de 40 países, em média, por ano.
— A perda do nosso líder é muito grande. É para consertar em um ano, dois anos — imagina Sozo.
Ouça a entrevista:
Conforme o presidente da Agapomi, uma reunião com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, será solicitada para tratar do assunto. A entidade irá pedir a suspensão do pagamento de dívidas dos produtores de maçã:
— A seca nos colocou com uma produção menor. No final da colheita vamos ver o que podemos exportar, o que podemos guardar. Adiante temos que fazer um planejamento. Nossos custeios com os bancos vencem em julho, temos tempo de negociar. Temos que pedir a suspensão de investimentos até termos o tamanho do pepino.