Um total de 50 miniestações meteorológicas serão instaladas em seis municípios da Serra. Os equipamentos, que já começaram a ser alocados em propriedades rurais, ajudam a coletar dados sobre as temperaturas máximas e mínimas e a quantidade de chuva em cada microrregião. Trata-se de um projeto pioneiro, que nasceu na Regional da Emater em Caxias do Sul. Os benefícios envolvem tanto a produção agrícola quanto a criação de políticas públicas para área e a obtenção de informações em casos em que é necessário acessar a cobertura de seguros devido ao comportamento do tempo.
O processo envolve os agricultores, que são voluntários responsáveis por fazer a leitura e o registro dos dados — datas e volumes das chuvas e temperaturas máximas e mínimas ocorridas em cada semana —, e os escritórios municipais e regional da Emater, que recebem e guardam esses dados. Por enquanto, os aparelhos estão sendo colocados em propriedades de Picada Café, Caxias do Sul, Nova Petrópolis, Gramado, Canela e São Francisco de Paula. Os locais escolhidos para a instalação proporcionam uma ampla cobertura dos territórios e das variações microclimáticas. Em Caxias, por exemplo, são 13 miniestações, localizadas em altitudes que variam de 145 metros a 836 metros.
Idealizador do projeto, o engenheiro agrônomo Enio Todeschini, extensionista da Emater, diz que esses dados contribuem para o planejamento da propriedade rural. Destaca, por exemplo, que tem se registrado períodos de estiagens a cada sete anos na região, o que reforça a importância de haver registros cada vez mais precisos e abrangentes sobre as quantidades de chuva.
— Cada vez mais precisamos saber quanto choveu. É uma ferramenta para o próprio produtor ficar sabendo na própria microrregião quanto e quando choveu, para saber quando precisa irrigar — pontua.
Além disso, esses dados podem colaborar para definir estratégias para reservação de água, semeadura, colheita das culturas e aproveitamento das pastagens, por exemplo. Outro ponto é que esses detalhes por microrregiões tendem a favorecer a criação de políticas públicas. A disponibilidade de informações favorecerão ainda o enquadramento das propriedades em casos de necessidade de acionamento dos seguros agrícolas devido ao comportamento do tempo.
De acordo com Todeschini, a ideia agora é buscar parcerias para estender a iniciativa aos 49 municípios que compõem a Regional de Caxias do Sul da Emater. Depois, projeta, será possível expandir para todo o Estado. Nesta primeira etapa do projeto, a Sicredi Pioneira foi responsável pela compra dos equipamentos, que são instalados por técnicos da Emater. O investimento foi de aproximadamente R$ 7 mil.
— Para nós, é importante termos informações de dados porque norteia para futuros investimentos. Por exemplo, sei que Picada Café tem um histórico de 13 anos de pluviometria. Então, lá já é histórico saber que o mês de janeiro é o menor índice de chuvas que acontece naquele município. Isso faz com que produtores que queiram investir, talvez em atividades que requeiram uso de água para plantas, neste mês, tenham que adquirir equipamentos de irrigação, porque não vai ter chuva natural naqueles períodos. E além de outros dados que se gera através disso de relatórios de Proagro (seguro agrícola), a gente consegue ter informações mais precisas para comprovar perdas e outros detalhes também — comenta o assessor de agronegócio da Sicredi Pioneira, Carlos Berres.
Distribuição das miniestações por município
São Francisco de Paula: 15
Caxias do Sul: 13
Gramado: 8
Nova Petrópolis: 6
Canela: 5
Picada Café: 3