Uma das atrações do último dia do Gramado Summit, na sexta-feira (7) deixou a plateia emocionada e inspirada. A porto-alegrense Roberta Menda, 10 anos, nasceu com bridas amnióticas. Essa é uma condição muito rara na qual pedaços de um tecido semelhante à bolsa amniótica se enrolam nos braços, pernas ou outros locais do corpo do feto, durante a gestação. Isso acabou impedindo que alguns dos dedos da Beta (como ela prefere ser chamada) se desenvolvessem.
Durante a palestra, que durou cerca de 30 minutos, Beta disse que ao sair da escola, quando tinha apenas sete anos, alguns colegas tiraram sarro de suas maõzinhas. Chateada com a situação, chegou em casa e compartilhou o sentimento com a sua mãe. Juntas decidiram tirar algo de bom do acontecido. Foi neste momento que Beta decidiu escrever um livro contando como se sentia.
Beta conta que a ideia do livro, intitulado O diário das minhas mãozinhas, era abordar a vida de outras pessoas com deficiência e, ao mesmo tempo, mostrar como elas deveriam lidar para que ninguém mais as constrangesse.
Depois de lançar seu livro, Beta foi convidada por uma relações públicas gaúcha, chamada Miriã Antunes, para uma palestra. Desde então, já foram nove vezes em que ela já foi convidada para contar a sua história. Nas palestras, ela compartilha desafios e incentiva o público a lutar por seus sonhos.
A menina não para, porque tem no olhar aquela veia de inspiração e, por isso, já prepara o lançando do seu segundo livro: As Aventuras de Beta.
— Precisamos entender que as coisas não estão sob o nosso controle. Precisamos encarar os desafios e acreditar nos nossos sonhos. Aproveite o amanhã para tirar as ideias do papel. E se lembre que todos enfrentam problemas também —ensina, Beta, com seu jeito doce e amável.
Inspirador, não?