Estará sob a responsabilidade do empresário Élvio Luis Gianni a Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Trabalho e Emprego nos próximos quatro anos. Anunciado pelo prefeito eleito Adiló Didomenico (PSDB), o bacharel em Direito com pós-graduação/MBA em Gestão Comercial terá como uma das principais missões trabalhar na política de incentivo à inovação e à tecnologia.
A ideia é que o Executivo envie à Câmara uma proposta semelhante à apresentada por Adiló no Legislativo em 2019, o projeto de criação de Política Municipal, Programa Municipal e Fundo Municipal de Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação que, com o fim da legislatura, será arquivado.
Nesta entrevista, o futuro secretário, que é integrante do Sindilojas, da ADCE (Associação dos Dirigentes Cristãos de Empresas) e do MobiCaxias, além de líder comunitário no Colina Sorriso, fala dos planos. Confira:
Quais seus planos para desenvolver Caxias?
Temos projetos em conversa com o prefeito que precisamos encaminhar, um de autoria dele, inclusive, de desenvolvimento, inovação e tecnologia. E trabalhar. Imagino que o meu papel, enquanto secretário, é organizar todas essas melhorias, projetos, a fim de ser quem vai fomentar todas essas demandas.
Do que se trata o projeto que será encaminhado?
Trata do desenvolvimento econômico, da tecnologia. Ele foi lançado na Câmara, mas, por vício de origem, não andou. Ele terá de partir do Executivo. As nuances, as características principais, vou conversar com o prefeito nos próximos dias. Vamos trabalhar também o projeto RS Trabalho, Emprego e Renda, do Governo do Estado (é um programa voltado para a geração de trabalho, emprego e renda, lançado no dia 17 de dezembro).
Esse projeto será a primeira ação da secretaria?
A primeira ação será visitar todas as entidades. Conhecer claro que conheço, mas me apresentar e receber as demandas. E, paralelamente a isso, esses projetos têm de andar, porque já estavam pré-organizados, pré-formatados, e um deles, o do Governo do Estado já está lançado. Mas imagino, que neste primeiro momento, uma das primeiras funções que deva fazer é me apresentar para todas as entidades e ver as demandas e trabalhar muito em conjunto.
As empresas que estão aqui, vamos trabalhar com muito carinho, cuidar bem delas. Nossa função é destravar, desburocratizar, ter um ambiente propício.
Perdemos empregos neste ano. Como a secretaria pode auxiliar na geração de vagas?
Teremos um grande desafio, talvez muito parecido, com as devidas proporções, com a pasta da Saúde. É manter o desenvolvimento econômico sem deixar de lado toda essa parte da pandemia ou trabalhar muito forte a pandemia sem deixar de lado o desenvolvimento econômico. Não basta fechar tudo, porque é uma decisão muito fácil. Esses projetos são os principais, sim, mas vamos ter de trabalhar com as entidades. Já vi que a Microempa tem melhorias feitas nesse período, Sindilojas também, envolvendo aplicativos de compra. Outras possibilidades, que eu gosto muito, é o projeto Primeiro Emprego, da recolocação numa certa idade, que é difícil. Sempre que pudermos envolver a escola e a comunidade, o retorno é sempre melhor.
O que vocês pensam para atrair mais empresas para Caxias e para fazer com que elas não deixem a cidade?
O que a gente percebeu é que muitas foram embora, mas porque nós não damos muita atenção para elas. Nenhuma empresa vai deixar Caxias sem conversarmos. Nós não paramos para conversar sobre isenção de impostos, taxas. Dentro do nosso planejamento de governo consta isso. Existe a possibilidade de criarmos uma planta de locais para que novas empresas venham. Mas, essencialmente, as empresas que estão aqui, vamos trabalhar com muito carinho, cuidar bem delas. Nossa função é destravar, desburocratizar, ter um ambiente propício. Quero visitar as outras cidades da região para, quem sabe, criar esse ambiente propício na região. Visitar outras cidades dentro e fora do Estado e fora do Brasil, trazer cases de sucesso. Não podemos mais pensar Caxias só Caxias. Caxias é o principal polo, mas nós dependemos e queremos que as cidades vizinhas sejam parceiras.
O turismo, além de tudo o que já temos, vai ter de ser uma mola propulsora. Move a economia com um todo, mobiliza setor hoteleiro, alimentação, nosso interior que é tão bonito.
O que o senhor propõe como alternativa à matriz econômica?
Conversei bastante com nosso secretário de Turismo e disse que vamos ter de trabalhar muito forte no turismo. Já perdemos e vamos ter de retomar toda uma estrutura, em especial Festa da Uva. Conversei com algumas agências de viagens que podemos criar, obviamente que é com a Secretaria de Turismo, mas vamos trabalhar em conjunto, uma mini-Europa. Temos aqui colonização italiana e alemã e quem vem pra cá se apaixona pelas nossas origens, nossa cultura, nossa culinária. O turismo, além de tudo o que já temos, vai ter de ser uma mola propulsora. Move a economia com um todo, mobiliza setor hoteleiro, alimentação, nosso interior que é tão bonito. Acredito num turismo não só Caxias, mas regional.
Caxias deve voltar a ser Região Uva e Vinho ou permanecer nas Hortênsias?
Até hoje não entendo por que foi trocada. Não podemos perder nossas origens. Podemos ser parceiros de toda a região, mas não podemos esconder a nossa identidade. Não deveríamos nunca ter saído, devemos ser da Região Uva e Vinho, mas trabalhar com as Hortênsias. Imagina um turista, para onde ele vai? Vai para Gramado e Canela, mas vem para Bento, Farroupilha, Caxias, conhece nosso interior.