A prefeitura de Caxias do Sul se reuniu com entidades representativas na manhã desta terça-feira (31) para debater o planejamento para os setores econômicos da cidade durante a continuidade do enfretamento ao coronavírus. Foi discutida a possibilidade de mudança no decreto de suspensão de atividades em segmentos do comércio e da indústria.
— Definimos que essa semana permanece tudo como está. A partir de quinta-feira (2), o Gabinete de Crise se reúne e vamos ver as alterações que eventuamente possamos fazer a partir de segunda-feira (6). Nesse tempo, vamos consesuar com as entidades, patronais, de trabalhadores e Câmara — revela o vice-prefeito Elói Frizzo (PSB).
Frizzo informa que apesar de haver compromisso em blindar a comunidade dos riscos de contaminação, a retomada gradativa das atividades é inevitável:
— A partir de segunda a gente tem consciência de que tanto para a indústria quanto para o comércio temos de fazer alterações no decreto, mas tudo de forma consensual e gradativa. E, conforme formos liberando, vamos avaliar semanalmente o andamento e verificar se voltamos a restringir ou abrimos mais.
Frizzo reitera a manutenção das restrições e ressalta a possibilidade de multa a estabelecimentos que desrespeitem o decreto.
— Tem alguns estabelecimentos que estão na linha, lamentavelmente, da fala do presidente. O município pode e, se quiser, vai utilizar seu podoer de polícia para multar.
Participaram da reunião representantes do Sindicato da Indústria da Construção Civil Caxias Sul (Sinduscon), Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias da Construção e do Mobiliário (STICMRS), Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL),Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico de Caxias do Sul (Simecs), Sindicato das Indústrias da Alimentação de Caxias do Sul e Vale Real (Sindiali), Sindicato das Indústrias de Material Plástico (Simplás), Sindicato das Indústrias Gráficas de Caxias do Sul (Singraf) e Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC).
Entidades assinam manifesto
A Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias do Sul emitiu manifesto na tarde desta terça formalizando posicionamento pela retomada gradual das atividades econômicas na cidade. Assinam o documento 26 entidades.
— Os sindicatos reivindicam, na verdade, que as pequenas empresas não entrem em colapso. Estamos pedindo para o setor público, com todos os cuidados possíveis, que comece devagar, a partir de semana que vem, com 25% dos trabalhos. E, se não tiver nenum agravamento, na próxima semana, quem sabe, com 50% e, com isso, aos poucos se liberem as atividades _ defende Ivanir Gasparin, presidente da CIC.
Apesar do posicionamento, Gasparin garante que caso haja decretos orientando contra o retorno das atividades, as empresas devem respeitar e compreender o poder público.
— Semana que vem termina decreto municipal. Agora, se vier decretos, vamos respeitar. Mas há de convir que ninguém tem esses dados técnicos no momento. Não podemos deixar colapsar o sistema econômico. Mas estamos trabalhando juntos e em apoio ao poder público, qual seja a decisão — ressalta.
O presidente da CIC salienta, no entanto, que empresários devem adotar medidas de segurança para o retorno das atividades, incluindo a disposição de EPIs para clientes e colaboradores, distanciamento entre funcionários e manter afastados do trabalho funcionários que se enquadrem em grupo de risco (como idosos ou pessoas com doenças).