"Saber programar um computador hoje é tão básico quanto saber ler, escrever e fazer contas", declarou Barack Obama quando era presidente dos Estados Unidos. A defesa entusiasmada do ensino de programação para crianças e adolescentes inspirou muita gente, inclusive a equipe do Instituto Elisabetha Randon, braço social das Empresas Randon. Tanto que, a partir de dezembro, os alunos do programa Florescer terão a chance de adentrar no mundo dos códigos.
A primeira turma do projeto Programando o Futuro será formada por 40 alunos, com idades entre 11 e 14 anos, já atendidos pela Randon. A intenção é estimular a criatividade entre eles, oferecendo o caminho da tecnologia como opção de futuro.
— A questão do mundo digital parece longe para eles. Nem sempre se sentem incluídos. Queremos que desenvolvam habilidades, que despertem. Queremos empoderá-los — diz Maurien Helena Randon Barbosa, diretora do Instituto Elisabetha Randon.
A metodologia, desenvolvida pelo Grupo Uniftec, parceiro da iniciativa, inclui não apenas aulas de programação, mas de empreendedorismo e storytelling — a faculdade irá oferecer corpo docente e estrutura para viabilizar o projeto. Serão quatro fases ao longo de 12 meses, que envolvem compreensão de lógica, construção de jogos, desenvolvimento de aplicativos e criação de robôs.
— É mais que um programa de profissionalização. É de educação. Vamos desenvolver habilidades para a vida. As crianças vão usar plataformas globais. Vai ter validação, vai ter empreendedorismo, trabalho cooperativo. Uma criança que é submetida a essa educação tecnológica, quando chegar aos 18 anos, vai aprender a lidar com uma máquina mais facilmente — acredita o presidente e reitor do Grupo Uniftec, Cláudio Meneguzzi Jr.
O projeto Programado o Futuro será viabilizado por meio de incentivo fiscal — a Lei da Solidariedade, programa estadual de apoio à inclusão e promoção social. A contrapartida das Empresas Randon é de 25%.
DE CONSUMIDOR A PRODUTOR
Ensinar programação é um desafio, já que envolve matemática, o terror de muitos estudantes. A ideia é não apenas aproximar quem tem facilidade com a disciplina, mas mostrar que todos são capazes. O Instituto Elisabetha Randon quer que esses jovens desenvolvam habilidades, como o raciocínio lógico, e estejam prontos para o que vier pela frente.
— A criança que tem esse tipo de oportunidade fica mais curiosa, vai atrás de outros cursos — entende Maurien.
Para Meneguzzi Jr., a sensibilidade em oferecer uma formação que possivelmente esses jovens não teriam deve ser aplaudida, já que diz respeito ao desenvolvimento do Brasil.
— Deveria ter mais projetos para preparar o país para a tecnologia. Somos grandes consumidores de tecnologia, mas não a produzimos. Está na hora de trazermos nossas crianças para que elas, quem sabe, no futuro, desenvolvam tecnologia.
SAIBA MAIS
> O projeto Programando o Futuro é parceria entre Grupo Uniftec, Grupo Randon e Secretaria do Trabalho e Assistência Social do Estado.
> As atividades iniciaram-se em novembro com treinamento e capacitação dos professores envolvidos na ação.
> Serão 40 alunos divididos em duas turmas de 20 cada. Uma turma terá aulas na Randon e outra na Fras-le.
> Em dezembro, ocorre a identificação do problema, já com os alunos, para alinhar os conteúdos com as demandas locais.
> As aulas iniciam-se em fevereiro do próximo ano.