Em um pequeno palco e com os holofotes voltados para si, 10 empreendedores têm cinco minutos para apresentar sua startup e outros cinco minutos para responder às perguntas de um grupo de jurados. Aquele que mais convencer os seis avaliadores leva um cheque entre R$ 100 mil até R$ 500 mil para casa. Essa é a ideia de uma batalha de startups, tipo de iniciativa que começa a ganhar força em eventos voltados à inovação.
Há três anos, a venture capital Superjobs vem a Gramado, na Serra, para colocar em prática esse formato e encontrar empresas para seu portfólio. Em parceria com a Gramado Summit, o grupo de investidores recebe inscrições de startups de todo o país interessadas em participar da iniciativa. Entre todos os cadastrados, são selecionados os dez melhores. Logo, filtram-se três para uma apresentação final e, ao final, uma é escolhida para receber o aporte.
A batalha de startups segue a lógica inversa da maneira habitual como ocorrem os investimentos em empresas inovadoras. Geralmente, o investidor leva meses até maturar a decisão de colocar recursos em um negócio. Já na batalha, ele tem dois dias para fazer essa definição.
– Olhamos o impacto da ideia e o quanto de ela melhora a vida das pessoas. Além disso, não adianta ser uma super ideia, se não tiver um modelo de negócio sólido. Depois disso, vemos a estratégia de saída (do investimento). Temos que olhar para onde vamos com a startup, quem poderá comprar ela. Temos duas missões: vender os pães e um dia vender a padaria toda – explica Marcos Botelho, fundador da Superjobs.
O valor total a ser investido, varia conforme o perfil da startup vencedora da batalha. Em geral, pelo aporte, a Superjobs fica com uma fatia de 5% a 15% da empresa. Além disso, a venture capital só seleciona negócios alinhados com suas teses de investimentos, que no momento priorizam startups financeiras, do setor da saúde e de impacto social.
Na última quinta-feira foi anunciada a vencedora da edição 2019 da batalha, que contou com mais de 50 inscritos. A Elyment, de Caxias do Sul, startup do setor de biomedicina, abocanhou o prêmio. Criada em abril deste ano, a empresa receberá um aporte pela primeira vez.
– Esse financiamento vai nos ajudar a construir o protótipo e validá-lo no mercado – comemora Caroline Menti, uma das fundadoras e sócias da Elyment.
A startup caxiense pretende criar um dispositivo para ajudar os profissionais da área da saúde a diagnosticar a septicemia, espécie de infecção generalizada.
Apesar de ter sido constituída há pouco tempo, a Elyment surgiu após mais de seis anos de pesquisas acadêmicas. A startup pretende oferecer seu produto a hospitais e outros players do setor da saúde.