Com 26 anos de história, a Olimóveis Urbanismo investiu R$ 24 milhões na urbanização do aguardado loteamento Villa Toscana, com 29 hectares, recentemente entregue em Flores da Cunha. O grande diferencial é a integração com a cidade, a praça localizada no acesso principal e o Mirante Arezzo, que já virou ponto turístico.
Esse é apenas mais um dos projetos da empresa, que tem previsão de lançar mil terrenos anualmente nos próximos cinco anos, com Valor Geral de Vendas (VGV) de R$ 520 milhões. Ainda neste segundo semestre de 2019, a urbanizadora almeja lançar outros três projetos, nas cidades de Igrejinha, Sapiranga e Campo Bom, com um total de 775 terrenos.
Esse senso de ousadia vem de Alberto Walter de Oliveira, um empresário com bagagem política. Ele orgulha-se de já ter entregue 50 projetos em 16 cidades, com mais de seis mil terrenos urbanizados. A seguir, entrevista concedida ao Pioneiro:
Como surgiu a Olimóveis Urbanismo?
No início dos anos 1990, eu era prefeito de Flores da Cunha (1989 a 1992). Aquele foi um período de grande crescimento pessoal e profissional, à frente de uma cidade muito dinâmica, de economia forte e de povo muito trabalhador. Antes de assumir o cargo no Executivo municipal, eu havia sido corretor de imóveis, despachante e contador. Terminado o período como prefeito, e por querer continuar contribuindo com a sociedade através do meu trabalho, foi no empreendedorismo que encontrei esse caminho. Fundei a Olimóveis Urbanismo em julho de 1993, juntamente com um grande amigo e então sócio. Hoje a empresa tem gestão familiar, dirigida por mim e pelo meu filho Auber Césaro. Havia um propósito muito claro, o de construir espaços de qualidade para as pessoas morarem. Eu via essa oportunidade no avanço das cidades. Assim nasceu a empresa. O propósito estava tão claro que o nome surgiu junto com o slogan: Construindo espaços para a sua vida. Usamos essa assinatura até hoje.
O que representa o loteamento Villa Toscana para a empresa?
O Villa Toscana tem muito significado para a empresa. Nós acabamos de entregar o projeto, depois de pouco mais de dois anos em obras. Demandou 10 anos de trabalho entre negociações, aprovações e, depois, a implantação do empreendimento. O grande significado desse loteamento vem da condição de termos conseguido alcançar a expressão daquilo que defendemos como proposta urbana. Projetos que sejam agregadores, que se integrem à cidade, que gerem conexões e que tenham vitalidade. Mesmo não sendo uma exigência legal, ali a gente conseguiu propor e desenvolver espaços de muita qualidade, como é o caso da praça logo no acesso ao empreendimento e que está conectada com a 25 de Julho, a principal via da cidade. Esse trecho da avenida é muito utilizado para caminhadas, corridas, passeios de bicicleta — tem conexão com uma ciclovia – e a praça acaba sendo, além de um espaço de convívio, uma área de descanso, alongamento, hidratação. Instalamos um bebedouro ali. Também criamos o Mirante Arezzo, com uma das vistas mais incríveis da região, e já se consagrou como um ponto de encontro e local turístico. Realmente, vale a visita. Todos esses espaços de convívio foram concluídos 18 meses antes da entrega da obra, pois queríamos que a população já começasse a desfrutar. No que compete aos terrenos em si, desenvolvemos um projeto de elevado padrão de qualidade. Tudo foi muito bem pensado. Agora, estamos vivendo a outra parte da alegria de uma empresa de urbanismo: ver surgir as casas onde as famílias vão morar. Essa etapa é a mais gratificante.
Por que investir em cidades menores como Flores da Cunha?
A começar por Flores da Cunha, foi a cidade onde a empresa nasceu e onde mais desenvolvemos projetos até hoje, seguida por Igrejinha, no Vale do Paranhana, que atuamos desde 1999. A escolha por cidades pequenas é pela maior condição de relação pessoal tête-à-tête. Sabemos que a compra de um imóvel não é de impulso, muito menos uma compra sem planejamento. Gostamos da condição de proximidade com as pessoas, que de certa forma é mais fácil em pequenas cidades, pois conseguimos endereçar bem a nossa proposta de valor, a discussão sobre projetos, a relação com imobiliárias para o processo comercial e por aí vai.
Qual a perspectiva de negócios para os próximos anos?
Temos em carteira 18 projetos para lançamento. A grande maioria em processo de aprovação e licenciamento. A perspectiva é de lançamento de mil terrenos por ano para os próximos cinco anos. Estamos concentrados em três regiões do Rio Grande do Sul: Serra, Vale dos Sinos e Vale do Paranhana. Mas já estamos sondando outros estados, a começar por Santa Catarina, para onde queremos expandir muito em breve.
Quais lançamentos estão previstos?
Para 2019, estivemos concentrados na finalização do Villa Toscana e de um projeto menor no Vale dos Sinos chamado Baviera, já concluído na cidade de Nova Hartz. Estamos planejando mais dois lançamentos para até o final do ano, um na cidade de Sapiranga e outro em Igrejinha, são 512 lotes nos dois projetos. Para a Serra, também em Flores da Cunha, o foco agora é o Loteamento Villa Romana, que é um empreendimento muitíssimo especial. É o maior projeto da empresa, com área de 52,7 hectares, já com 45% das obras concluídas, que contará com mais de 500 terrenos urbanizados. Será um novo bairro! O grande diferencial do Villa Romana é um parque, que batizamos de Parque Romano, em área de mais de 24 mil metros quadrados, que contará com amplos espaços de lazer, ciclovia e trilhas de caminhada e corrida, quadra poliesportiva e um cenário muito agradável no entorno de um espelho d’água de 6.420 metros quadrados. Será o primeiro parque urbano público da cidade. Depois de pronto, será doado ao município. Estamos muito satisfeitos com o Villa Romana, e ele tem atraído público da região, especialmente de Caxias. Afinal, estamos muito próximos. Flores da Cunha é uma cidade agradável e temos uma grande proposta de valor relacionada à qualidade de vida.
Você acredita que o setor imobiliário já vive seu pós-crise econômica?
Ainda sentimos os reflexos, embora estejamos satisfeitos com o desempenho dos nossos projetos em comparação aos números que vimos do setor. Os produtos imobiliários, pela sua natureza de longo prazo para as famílias, são uma compra segura que exige planejamento. Felizmente, temos uma estrutura segura, que foi importante para aguentar o período difícil dos últimos três anos. Estamos prontos para levar a campo o nosso planejamento, e sentimos já uma grande melhora no processo comercial.
Os financiamentos imobiliários favorecem a compra de lotes?
Sim, mas na compra de lotes na figura do financiamento imobiliário, acaba sendo um mercado que funciona somente com obra pronta. O Brasil, comparativamente a outros países, tem baixo uso de crédito habitacional. Os recentes cortes na taxa de juros (Selic) vão ajudar a dinamizar esse mercado do financiamento habitacional. Por isso, também, temos uma série de opções de financiamento direto. No Villa Romana, por exemplo, o parcelamento pode chegar a até 100 vezes direto com a empresa. É uma boa condição para quem quer aproveitar a compra em período de lançamento ou obras.
Como ser uma empresa longeva, que fez bodas de prata?
Como na vida, a gente aprende muita coisa com o passar dos anos. Nosso setor exige muita responsabilidade e especialidade. Ser uma empresa com mais de um quarto de século nos dá, de certa forma, muito mais maturidade e segurança na avaliação. Tudo o que se mede e se avalia, tende a melhorar. A tentativa, erro e acerto da caminhada, nos dá uma vantagem estratégica para a sequência do nosso negócio. Passados 26 anos, mais de 6,5 mil famílias puderam dispor de um terreno e uma casa para abrigo da família em nossos projetos.
Que outras cidades estão na mira de atuação da Olimóveis?
Hoje atuamos em 12 cidades do Estado. Ainda gostaríamos de avaliar a região do Vale do Taquari e também outros Estados. Não há uma definição por cidades individualmente e, sim, por regiões e, claro, por projetos com avaliações bem estruturadas nos aspectos legais e de mercado.
Qual a previsão de crescimento em 2019?
Em 2019, deveremos manter o patamar do ano anterior, que, apesar das dificuldades do mercado, foi um bom ano. Nos apoiamos muito na qualidade do produto, na seriedade da empresa, nos prazos de entrega, na legalidade das coisas, especialmente relativa às questões de registro imobiliário. Compra realizada significa escritura na mão. Sobre quadro de funcionários, a gente tem uma matriz em Flores da Cunha muito bem estruturada. No time, há engenheiros civis e ambientais, arquitetos, administradores, contadores. Temos hoje uma equipe bastante jovem, altamente qualificada e comprometida. Ainda deverão integrar a equipe alguns postos estratégicos, especialmente ligados ao marketing e à comunicação.
O que a experiência política agregou ao seu viés empreendedor?
Agregou experiência, paciência, visão das dificuldades e exigência de fazer sempre o melhor comprometido com o interesse coletivo. Ser prefeito de Flores da Cunha foi um teste executivo muito bom, contava com uma equipe jovem — eu com 32 anos —, e desafios que foram encarados com foco nas obras e serviços exigidos pela população. A chefia da Casa Civil do Governo Germano Rigotto foi outro teste executivo e político de muita expressão. O Rigotto tem boa visão de interesse público e é habilidoso na condução de temas políticos. A convivência durante quatro anos ao seu lado foi um período de aprendizado e contribuição sobre gestão pública, dificuldades no enfrentamento e soluções em curto prazo. Mas já se passaram 10 anos que me afastei em definitivo de cargos públicos e eletivos. Hoje, me dedico integralmente ao meu negócio, agindo para transformar e viabilizar ações inovadoras na área do urbanismo, que tem sido fonte de grandes realizações.
Que conselhos você daria a um jovem empresário?
Não tenha medo de empreender. No entanto, sempre avalie o negócio e o conhecimento que tem da atividade, do ponto de vista de gestão, criação e atendimento ao desejo do cliente. Não inicie uma atividade econômica sem dispor de valor mínimo de capital próprio para o investimento e nunca tente empreender com total dependência de capital de terceiros. Conte com uma equipe eficiente, pois sozinhos andamos devagar. Faça parte dos que acreditam no trabalho, na dedicação ao que faz e seja resiliente para não desistir na primeira dificuldade.