O Vale dos Vinhedos, na Serra Gaúcha, é exemplo de sucesso no turismo: em 10 anos, o fluxo de visitantes no local aumentou mais de três vezes. O desenvolvimento da região foi motivado pelo esforço dos produtores de uva e vinho e dos empreendedores da área: trata-se do único local do Brasil cujos vinhos e espumantes têm certificação de Denominação de Origem (DO).
O próprio êxito do Vale, porém, traz dúvidas sobre o futuro: o incremento do valor da terra e o envelhecimento da população rural abrem espaço para a especulação imobiliária; o crescimento das cidades de Bento Gonçalves, Garibaldi e Monte Belo do Sul ameaçam a paisagem tradicional; e o fluxo de visitantes incentiva a instalação de empreendimentos turísticos cada vez maiores, nem sempre ligados à vitivinicultura.
– Há uma dinâmica territorial muito intensa no território dos Vinhedos, cada vez mais rápida e com mais atores envolvidos – alerta Ivanira Falcade, doutora em Geografia pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) e professora do Mestrado em Biotecnologia e Gestão Vitivinícola da Universidade de Caxias do Sul (UCS).
Em três reportagens, o Pioneiro ouve os atores e mapeia os principais fatores determinantes na ocupação do Vale dos Vinhedos para entender para onde vai o destino da região. Clique na imagem abaixo e entenda porque o Vale está entre o desenvolvimento, a preservação e a descaracterização.