Uma boa notícia soprou nos Campos de Cima da Serra. A comemoração se justifica: a Cydia Pomonella, praga que afeta a produção de maçãs, está erradicada, o que significa um alento aos fruticultores da região.
Portaria que declara o Brasil livre da lagarta responsável por causar prejuízos milionários aos produtores foi assinada nesta segunda-feira, em Vacaria, pelo ministro da Agricultura, Neri Geller, e o secretário estadual da Agricultura, Claudio Fioreze.
A medida confere outro status sanitário à fruta nacional, possibilitando que o país amplie a exportação e o consumo interno. Com menos resíduos de agrotóxicos, a produção poderá chegar aos mercados mais exigentes, com preços melhores e remuneração mais justa ao produtor.
O ministro defendeu a criação do Centro de Controles Biológicos da mosca da fruta, a ser gerido pela Embrapa, e trouxe um aceno de verba.
- O governo se compromete em conseguir os recursos necessários para a implantação desse importante centro - garantiu.
Vacaria é o maior produtor nacional de maçã, sendo que 95% do cultivo da fruta no país advêm do Rio Grande do Sul e de Santa Catarina.
O próximo passo é revisar requisitos fitossanitários para importar produtos considerados hospedeiros da praga e elaborar plano de contingência.
Uruguai, Argentina e Estados Unidos ainda sofrem com a incidência da Cydia Pomonella.
As primeiras ocorrências no Brasil se deram no início da década de 1990, em Vacaria. E a última captura foi em novembro de 2011. A Convenção Internacional para a Proteção de Vegetais (CIPV) define prazo de dois anos depois da última captura identificada para que áreas produtivas possam ser consideradas livres da doença.
- A erradicação representará economia de US$ 15 milhões por ano aos Estados do Sul - disse Fioreze, referindo-se às perdas nas plantações.
