Enquanto as ligações asfálticas avançaram, ainda há caminhos a serem percorridos para a valorização da produção e do produtor rural caxiense. Se, de 2005 até o final do ano, 170 quilômetros de asfalto no interior devem ser entregues pelo governo municipal, outras necessidades básicas das comunidades ainda passam ao largo de serem resolvidas. A maioria das localidades do interior - ou quase todas - contam com sinal de celular instável ou até inexistente. Internet banda larga também é peça de ficção para boa parte dos produtores rurais em pleno 2012. E nenhuma operadora sinaliza melhorias.
O agricultor Idalino Vidor, 59 anos, mora na comunidade de Santo Homo Bom desde que tinha apenas dois anos. Há um mês, Idalino e a comunidade tem asfalto. Produtor de frutas, especialmente pêssegos e ameixas, ele a esposa Zélia, 55, moram à beira da via.
- Tudo era estrada de chão e bem feia. Estragava muita fruta. Um pouco, eu sempre perdia, porque fruta que foi machucada não tem comércio. Na época em que eu fazia Ceasa, sempre tinha que buscar mais uma caixa em casa porque uma ia fora porque as frutas tinham se batido - conta o agricultor.
Onde o agricultor Ademir Antonio Toss, 58 anos, mora, na localidade de Bevilaqua, há asfalto. Mas o aparelho celular simplesmente não pega. Toss vende a produção para a Ceasa Caxias, Ceasa Porto Alegre e Estados do Sul e Sudeste. Para negociar com compradores, o agricultor tem que marcar uma hora para estar em casa, ao lado do telefone fixo.
- Já tive problemas com novos compradores de tomate, que me disseram que me ligaram, ligaram no celular e eu não atendi. Mas não pega - conta.
Internet é outro problema.
- Eu queria assistir vídeo-aulas, mas com o 3G não tem como. Eu pesquiso sobre agricultura, sobre o que está acontecendo, quais os cursos na área. Para o que eu preciso, não consigo com essa conexão. Eu precisaria de banda larga - conta o filho Marco Antonio, 21.
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