Num espetáculo que Diogo Portugal define como "stand-up raiz", o público caxiense é convidado a gargalhar e refletir com muito bom humor sobre a internet, a política e o cotidiano. A apresentação Burrice Artificial será no GNC Cinemas, no shopping Villagio Caxias, às 21h. Os ingressos estão disponíveis no site Minha Entrada, a partir de R$ 45 (+taxas).
Portugal ficou famoso por interpretar o personagem Elvisly no programa humorístico Zorra Total. Também foi criador do Fritada, programa inspirado nos roasts americanos – em que uma celebridade é chamada ao palco para ser alvo de piadas. Atualmente, faz parte do elenco de Praça é nossa.
Em entrevista ao Pioneiro, o comediante comenta sobre os conteúdos que aborda, como fazer o público rir e os caminhos que segue no stand-up comedy.
Sete dias: O que mudou no seu espetáculo desde a última vez na Serra, em 2018?
Diogo Portugal: Meu show tem uma característica que eu brinco muito com as coisas locais. Então, eu vou fazer uma pesquisa das coisas de Caxias, das notícias, brinco um pouco com os bairros e com a cidade. E isso é o que faz parte do meu show. Também tem muito de política. E também falo sobre tecnologia, por isso que chamo de "Burrice Artificial". O show mistura muitos assuntos, como casamento, relacionamento, gênero.
Esses assuntos que você traz, como política e tecnologia, são sensíveis. Como você trata sobre eles? Tem algum cuidado? Ou é a sua opinião?
Eu vou na minha opinião mesmo. Não tem "politicamente correto". O público curte isso, porque está carente. Tá tudo muito chato, a galera gosta da piada que é piada mesmo. Mas, como eu falo de política, eu bato dos dois lados, não é uma coisa muito partidária. É a zoeira pela zoeira. Está bem bacana. Acho que a galera vai curtir muito.
Quais são as suas inspirações para este espetáculo? Como você montou? Foi juntando coisas que deram certo durante os anos?
Fui juntando coisas. Falo sobre a inteligência artificial, sobre o Google, sobre celular. Mas também falo muito sobre relacionamentos, sobre o Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH), sobre como o mundo mudou e como está difícil fazer piadas. E a galera embarca legal nesses temas.
Para quem te viu nas últimas vezes que veio pra cá e vai de novo ao show, o que pode esperar?
Tudo vai mudar. Mas existem algumas características que são minhas, eu vou fazer piada com temas da atualidade, vou fazer piada com alguma coisa local. É algo que sempre levo. Mas, basicamente, eu sou um cara que começou no stand-up comedy, então meu show não demora muito para começar a piada, não fico contando muita história. Cada frase tem uma piada. Eu vejo os comediantes da nova geração, que ficam contando história até virar uma piada. A minha ideia é fazer o público rir sem parar durante uma hora.
Tu te consideras mais das antigas, então?
Exatamente. Você vê que é stand-up raiz. Tem piada de ponta a ponta. Uma historinha ou outra tem, recheada por piadas.
Com teu tempo de estrada na comédia, como você faz pra se reinventar e continuar sempre relevante para as pessoas que te acompanham?
Eu gosto muito do que eu faço. No momento que eu estou feliz, eu estou no palco. A outra coisa que eu acho importante de ressaltar é que eu estou sempre criando novos projetos. Na pandemia, fiz o fake live, que eram entrevistas falsas, criei a Fritada, tenho um projeto chamado Risorama, que viaja o Brasil... Vou criando produtos, que vai fazendo com que eu siga aqui. Isso faz com que eu esteja sempre em movimento e estar em movimento é o que me deixa em forma, é quase que uma academia diária.