O amor está no ar. O Dia dos Namorados se aproxima e, por isso, os vendedores de flores exibem rosas, principalmente em tons vermelhos, e os comerciais de televisão e as vitrines das lojas sugerem presentes. Tudo para sensibilizar os casais apaixonados. No entanto, há quem demonstram seu amor para além do dia 12 de junho.
O policial Rodoviário Federal, Mauro Fernandes, por exemplo, encontrou uma forma de surpreender sua noiva, a atleta de triatlo, Djenyfer Arnold. Ele homenageou a amada com a colocação de dois outdoors, em Caxias do Sul, porque ela garantiu vaga nos Jogos Olímpicos de Paris, que ocorre de 26 de julho a 11 de agosto. Um deles fica na BR-116, próximo ao acesso à Rota do Sol, no sentido Ana Rech e, outro, na Rótula da Perimetral Sul, próximo ao clube onde a atleta treina.
— A carreira dela é sensacional. E, hoje, se pararmos para pensar, tem gente que ainda não sabe quais são as três modalidades de triatlo (natação, ciclismo e corrida). Por isso, acho que precisamos mostrar que existem outros esportes e atletas fenomenais. E eu também gosto de fazer tudo para chamar a atenção — brinca Mauro, que também é influencer digital, com 1 milhão de seguidores no TikTok.
A demonstração de admiração e carinho pela noiva estava planejada desde o início do ano, mas Mauro esperou até que Djenyfer garantisse oficialmente a vaga olímpica, no dia 27 de maio, em uma etapa da competição no Japão. Assim que viu o outdoor ela ficou sem saber o que dizer:
Eu não acreditei quando vi, né? Para mim ainda não caiu a ficha de tudo que está acontecendo. Agora quando eu passo ali eu falo “olha eu!”. A gente estava almoçando em um restaurante outro dia e um cara veio falar com a gente sobre o outdoor .
Eles se conheceram em 2007, quando competiam pela seleção catarinense de natação. O destino, no entanto, os afastou, pois Mauro foi treinar em Minas Gerais, em 2009. Eles se reencontraram seis anos depois, competindo pela Universidade do Sul de Santa Catarina (UniSul). Em 2017, quando começaram a namorar, Djenyfer foi contratada pelo Esporte Clube Pinheiros, de São Paulo. E, em 2021, Mauro passou no concurso para a PRF, em Caxias. Para driblar a distância, Djenyfer acordou com o clube paulista que viria para Caxias para viver com Mauro.
Atualmente estão noivos e o plano era de se casarem no final deste ano. Mas talvez a festa tenha que ser adiada por conta do objetivo olímpico. Em 29 de junho, Djenyfer viaja a Paris, para a maior competição esportiva do mundo. O noivo vai a França no dia 27 de julho, para se encontrar com ela, na torcida de que a noiva fique entre as 10 melhores atletas de triatlo do mundo.
— Vou ver se vai ter outdoor lá também — brinca Mauro.
Pedido de casamento no Vaticano
Destino. É assim que a garibaldense Salete Brandelli Marcon e o caxiense Luiz Antonio Marcon definem os caminhos que percorreram até se casarem. Por meio de contatos em comum, os dois se conheceram quando estavam divorciados, em 2010. Luiz ligou para Salete, convidando-a para um jantar. Por telefone, ela ficou sabendo que Luiz havia trabalhado como advogado em Garibaldi, cidade onde ela residia. Outra coincidência era de que o pai de Luiz é natural de Garibaldi. Mas, Salete diz que só aceitou o jantar porque suas irmãs mais velhas o conheciam.
Não existe idade para o amor. E, na maturidade, a gente não tem mais aquela ansiedade da juventude, aquela coisa louca.
SALETE BRANDELLI MARCON
Aos poucos a relação foi se intensificando e, em menos de um ano, Salete mudou-se para Caxias do Sul para morar com o Luiz. Ela, que já foi secretária Municipal de Assistência Social, diretora social da FenaChamp e diretora de escola de Ensino Médio, trocou Garibaldi, cidade onde nasceu e consolidou a carreira, para recomeçar um novo capítulo de sua história em Caxias.
— Não existe idade para o amor. E, na maturidade, a gente não tem mais aquela ansiedade da juventude, aquela coisa louca. E sim o carinho, o respeito, que depois se transformam em amor. Nós temos uma coisa muito boa, que foi isso que me encantou no Luiz, além da admiração que eu tenho por ele, é o respeito à individualidade — resume.
Os dois são apaixonados por viagens e durante o namoro, quando estavam na Itália, Luiz surpreendeu Salete. No Vaticano ele pediu Salete em casamento. A cerimônia, em 2019, reuniu amigos e familiares e foi celebrada pelo irmão de Salete. Além disso, um dos filhos de Luiz tocou saxofone na recepção e Salete entrou na cerimônia com o neto mais velho.
— Nos casamos no Vale dos Vinhedos, em um lugar maravilhoso — relembra ela.
Para eles, a maturidade é a fase de ressignificar o amor.
— A vida é tão curta... Não sabemos o que é o amanhã. Eu não me arrependo, não queria outra vida diferente da que eu tenho agora — revela Salete.
Flerte começou pelas redes sociais
Foi durante a pandemia, em 2020, que o casal Celia Ramon, 67, e Valdir Zorzi, 66, começou a conversar pelas redes sociais. Apesar de terem amigos em comum, os dois não se conheciam. Na época, Valdir morava em Arroio do Sal e Celia em Caxias. Num determinado dia, Valdir disse que iria até a casa de Celia para que os dois se conhecessem pessoalmente.
— Eu disse: “vou aí te conhecer, passa o endereço” — lembra Valdir.
Eu pensava “estou mais velha, como é que eu vou namorar?”. Então, o Valdir me disse: “ninguém fica sozinho. A gente não foi feito para ficar sozinho”
CELIA RAMON
Celia diz que não acreditava que Valdir fosse aparecer na casa dela para o jantar. Mas foi graças à atitude dele que estão juntos. Atualmente, mesmo com o namoro firme, eles preferem morar cada um em suas casas e se encontram todos os dias para um chimarrão ou para beber um vinho, mas preservando a individualidade de cada um.
— São quatro anos desde que a gente ficou mesmo. E é muito legal, porque a gente está sempre junto. Viajamos, passeamos, jantamos juntos. A gente faz tudo junto e ele mora bem pertinho — conta ela.
Quando se conheceram, Celia estava viúva há quatro anos e, Valdir, divorciado. Ela conta que sentia um pouco de receio em se abrir para um novo relacionamento depois dos 60 anos.
— Eu pensava “estou mais velha, como é que eu vou namorar?”. Então, o Valdir me disse: “ninguém fica sozinho. A gente não foi feito para ficar sozinho” — recorda.
A sintonia é tanta que os dois contam que nunca brigaram em quatro anos de namoro:
— Eu sempre digo, com essa idade, fica ou briga. E se é pra ser bom, a gente fica junto. Talvez seja porque ele tem a vida dele lá na casa dele, eu tenho as minhas e a gente combina — resume Celia.