Foi cremado neste domingo (3) o corpo do acordeonista Paulo Siqueira, em Caxias do Sul. Uma das maiores figuras da música tradicionalista da cidade, ele enfrentava um câncer no pâncreas há cerca de dois anos e meio e morreu sábado (2), aos 74 anos. Primo dos irmãos Bertussi, Siqueira teve longa trajetória dividindo os palcos com Honeyde nos anos 1970 e uma sólida carreira como artista solo.
O músico Rafael De Boni, que tocou com Siqueira, relembra que ele foi um dos pioneiros do acordeon no Rio Grande do Sul e que, junto dos primos Adelar e Honeyde, ajudou a construir a história do instrumento no RS:
— Entre 2000 e 2002 eu cheguei a tocar no conjunto dele, então a gente tocou muitos bailes, viajamos bastante no interior do Rio Grande do Sul e eu pude conviver muito com ele. Na história do acordeon gaúcho, ele tem muita importância. Um grande acordeonista, mas, acima de tudo, eu aprendi que ele era um grande homem. Uma pessoa diferenciada e me ensinou muito, embora eu nunca tenha feito aulas — relembra.
Em sua carreira, Siqueira gravou sete discos e participou de gravações com Os Bertussi. Mais tarde, Paulo atuou como professor de música em Caxias, quando se afastou dos palcos para auxiliar a esposa, que estava doente.
Primo de Siqueira, Gilney Bertussi se manifestou por meio de uma rede social: "Hoje mais um dos nossos foi embora! Paulo Siqueira amigo, leal, verdadeiro, professor, mestre, ícone, referência. Pessoa do bem, só palavras boas para descrevê-lo! Obrigado por tudo meu amigo!!
Aqui estamos em luto. No céu uma estrela a mais! Nossa última foto juntos, desses encontros que eram sempre de alegrias."
A missa de sétimo dia do músico está marcada para o próximo sábado (9), às 18h, na Igreja São Pio X (R. Marcos Moreschi, 497 - Bairro Pio X), em Caxias do Sul.