O livro Literários - Trilogia de Ensaios, que será lançado neste sábado (6), pelo escritor e jornalista Marcos Fernando Kirst, é dito, por ele mesmo, como sendo: "um livro para amantes de livros". A sessão de autógrafos ocorre no Zarabatana Café, no Centro de Cultura Ordovás, entre 14h e 19h. Depois do lançamento, o livro pode ser encontrado na loja Bem Me Quer Presentes, no Shopping Prataviera.
Escrito e maturado entre o verão de 2000 e o outono de 2022, Literários pode ser também compreendido como a obra escrita por um leitor voraz, por vezes obcecado. Primeiro, porque ele lê o que se convenciona chamar de literatura (incluindo gibis), desde os 10 anos. E, segundo, porque reúne um inventário autobiográfico-literário em que toma nota da leitura de exatos 1.207 livros — contabilizados, pelo menos, até a semana passada.
Ao todo, Kirst escreveu 27 ensaios, sendo nove em cada um dos três volumes que compõem Literários. Cada volume, por sua vez, é antecipado por um prólogo explicativo. A obra fecha com dois textos bônus que discorrem sobre a questão das blagues literárias. E, na visão de Kirst, que também é um cara musical (e sabe tudo sobre os Beatles), esses textos finais funcionam como uma espécie de bônus-track, aquelas faixas extras encontradas em CD's e LP's especiais.
Extraído do livro, o trecho a seguir contém uma parte explicativa do que o leitor pode encontrar em Literários, com pitadas de humor e ironia, porque se tem um cara que sabe rir de si mesmo, é o Kirst.
"Por evitar (devido à mais absoluta incompetência) a abordagem acadêmica, os ensaios aqui propostos transcorrem livres, conduzidos pela verve coloquial deste autor, criatura incapaz de prometer e ofertar erudições que não possui, conhecimentos que ignora, saberes que não alcança, sendo movido e motivados apenas pela genuína (e, com sorte, louvável) intenção de compartilhar encantamentos literários".
Num bate-papo regado a café e chá-preto, porque ocorreu em horário de expediente, o Kirst me disse que nesse seu mais recente livro, o 26º da carreira, ele desvenda dois mistérios, que, segundo confidenciou, nunca encontrou outro autor com o mesmo ponto de vista.
A primeira dessas preciosidades está em sua divagação sobre a obra Dom Quixote, de Miguel de Cervantes. Kirst está convencido do que realmente aconteceu entre o lançamento da primeira parte da obra, em 1605 e, a segunda, em 1615. Pra mim, fez sentido.
A segunda preciosidade? Não darei spoiler, você terá de encontrá-la, percorrendo as 376 páginas da obra escrita por um homem que vale o que pesam os mais de mil livros lidos por ele.