A jornalista Glória Maria, que morreu na manhã desta quinta-feira (2), no Rio de Janeiro, esteve em Caxias do Sul em outubro de 2018 para participar do ciclo de palestras do 1º Simpósio Estadual do Varejo. Na ocasião, a apresentadora e repórter da TV Globo concedeu entrevista ao jornalista Andrei Andrade e falou sobre empoderamento feminino, compartilhou um pouco das experiências vividas nos mais de 150 países visitados ao longo da sua carreira, que começou em 1971, e, por fim, de realizações.
Abaixo, confira alguns trechos da entrevista:
Andrei Andrade: Em palestras como a que vens ministrar em Caxias, tu falas de se reinventar em um mundo globalizado. Qual mensagem tu procuras passar?
Glória Maria: Não é uma palestra técnica, mas, sim, humana. O que eu tenho a oferecer é um olhar que permite apontar similaridades, diferenças a partir do que eu vejo e do que sinto, do que é igual e do que é diferente. O mundo, hoje, é uma bolha bem pequena. Eu acabo de chegar da Macedônia e lá quase tudo é muito parecido com o que temos aqui. O que há de diferente é a essência do povo, e é isso que eu busco: a alma, o sentimento. Fala do que eu vivo no dia a dia, do exercício diário da reinvenção. De todo dia se olhar no espelho e sentir: eu estou mudando. Não adianta querer mudança se você não mudar. A mudança é um olhar de dentro pra fora, e é isso que eu venho tentando exercitar.
Isso passa mais pelo agir ou pelo pensar?
Passa pelo olho aberto, pela vontade de aprender, pela curiosidade. Porque a gente nunca é o mesmo. Você pode passar pela mesma experiência e reagir de maneiras diferentes, dependendo do sue momento, do que você percorreu, do que você se permitiu aprender com o tempo. A reinvenção é saber o que você é, o que você quer e até onde você quer chegar.
O que ainda falta realizar, tanto na vida quanto no trabalho?
Começando pela vida, quero ver as minhas filhas (Maria e Laura) criadas, felizes, em paz, bem orientadas, num caminho bacana. Esse é o meu objetivo na vida, poder olhar para elas e dizer que ajudei a criar dois seres humanos felizes. No trabalho, eu busco a novidade e sou movida a desafios. O que peço a Deus é que ele coloque a cada dia um novo desafio na minha frente. Eu sou curiosa, tenho a noção de que quanto mais eu caminho pelo mundo, menos eu sei. O que eu procuro é aprender. Isso, dentro da minha profissão, acho que me abre um caminho enorme para percorrer.
Para qual país tu ainda não foste e tens vontade?
Tem vários. Ainda tem o Uzbequistão e todos aqueles “tãos” que eu ainda não conheço (risos), mas eu chego lá, até porque espero viver bastante. O problema é que o mundo está mudando tanto que a cada dia aparece um país novo. Quando comecei a viajar, o objetivo era conhecer 120 países, que era o que havia no mundo. Depois passou para 130, 150, agora tem mais de 200. Acho que enquanto eu estiver viva, vou ter país pra conhecer. Tomara!
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