A descontração e o aprendizado têm marcado as manhãs de sábado dos 24 jovens acolhidos pela Casa-Lar Anjos da Guarda, serviço de proteção social para menores temporariamente afastados de suas famílias por medida protetiva. O projeto Mão Amiga, que administra o programa, foi beneficiado pela série de oficinas Sketches - Desenhando a História, oferecida pelo Museu dos Capuchinhos e que leva noções de arte, patrimônio histórico e identidade cultural para as crianças e adolescentes das três casas-lares.
Sketches, em tradução livre, significa esboços. No mundo da arte, são assim chamados desenhos rápidos, feitos a lápis e com traços livres, sem compromisso com uma reprodução fiel do objeto desenhado. Nas oficinas, os acolhidos têm palestras com a historiadora Luiza Iotti sobre pontos históricos e culturais locais, como as Réplicas de Caxias do Sul, o Palacete Eberle, a Estação Férrea e a Maesa, para, num segundo momento da atividade, desenhá-los em seus cadernos de esboços (sketchbook).
– É incrível ver como a arte pode fazer a diferença, quando a gente pode estar sentado com essas crianças e adolescentes, sentir a alegria que eles têm quando estão fazendo as atividades. São pessoas que passam por um momento complicado em suas vidas, mas que através dos desenhos e do contato com pessoas disponíveis para elas, podem encontrar um pouco de conforto – comenta o artista plástico e museólogo do MusCap Christian de Lima, um dos oficineiros do projeto, que conta com a curadoria de Frei Celso Bordignon.
A coordenadora da Casa-Lar Anjos da Guarda, Adriana Vieira, avalia que o projeto tem sido importante para fortalecer a noção de pertencimento à sociedade e despertar a curiosidade em conhecer pessoalmente, após a pandemia, alguns dos pontos que os acolhidos nunca tiveram a oportunidade de visitar. Os encontros também têm ajudado a descobrir novos talentos para arte:
– A experiência tem sido bem positiva, e nos deixa muito gratos ao Museu e aos participantes. Além de trazer conhecimento e estimular a imaginação, as crianças e os adolescentes se sentem mais incluídos e se reconhecem como parte da história da cidade em que vivem.
O projeto foi contemplado pelo edital Criação e Formação - Diversidade das Culturas, realizado pela Fundação Marcopolo, via Lei Aldir Blanc. Após o término das oficinas, será editado um livreto reunindo alguns dos desenhos produzidos, além de textos e materiais sobre os locais desenhados. Serão impressos 500 exemplares para doação e, claro, para ficar de recordação aos artistas do esboço.