Quatro mulheres protagonistas de quatro linguagens artísticas que refletem visões sobre identidade, luta e representatividade. Assim vai ser a Noite das Minas, das Manas e das Monas, iniciativa que o Conselho Municipal de Direitos da Mulher (Comdim) realiza nesta quinta (25), no formato online. A programação encerra a série de ações encabeçadas pela entidade para celebrar o mês das mulheres. A ideia é reforçar o papel da arte enquanto ferramenta de transformação e, justamente por isso, quatro mulheres artistas foram convidadas para compartilhar vivências e performances: Bianca Poletto, Márcie Vieira, Carla Vanez e Tefa Polidoro. A live começas às 19h, com transmissão gratuita pelos canais de Facebook do Sindiserv, Coletivo de Comunicação Alternativa, e Movimentos Sociais e de Trabalhadores de Caxias do Sul.
A programação seguirá o seguinte formato: primeiro, as convidadas mostram sua performance artística em vídeo já gravado. Depois, conversam ao vivo sobre temas propostos por elas mesmas. A condução será de Thaís Alves Ghenês, coordenadora geral do Comdim. Já a advogada Mônica Montanari, que tem uma vasta trajetória ligada às causas do direito da mulher, fará o encerramento do encontro.
Mulher trans e travesti que atua com arte e educação, Márcie Vieira vai mostrar um fragmento do projeto audiovisual Performatividades Dissidentes. Ela vai abordar um tema que tem ganhado espaço em suas pesquisas sobre gênero.
– Eu sugeri de a gente falar sobre as diferenças entre visibilidade e representatividade. Visibilidade é só dar luz ao assunto, no caso aqui das dissidências de gênero. Já a representatividade coloca o corpo presente na ação e essa é a grande importância de termos uma diversidade maior de mulheridades – aponta ela, que vai abordar ainda o movimento contra o transfake, que defende que personagens trans sejam interpretados por pessoas trans, e não por cisgêneros.
Representatividade também será uma pauta da diretora, atriz e produtora Carla Vanez. No caso dela, o foco será na experiência como mulher negra e artista.
– Eu continuo sendo a única atriz e diretora negra com registro profissional (DRT) em Caxias. Isso mostra que as coisas não evoluíram, ainda faltam espaços, falta se abrir mais portas e ajudar para que mais pessoas possam viver da arte, conhecer e ter acesso a isso – defende ela, que vai mostrar ainda o solo e dança Renascimento do Eu.
A ferramenta artística também será utilizada para debater questões do “ser mulher” pela bailarina Bianca Poletto. Militante no Coletivo Feminista Classista Ana Montenegro, ela utiliza as danças urbanas para elencar referências históricas, abordagens sociais e mensagens políticas.
Já a atriz Tefa Polidoro traz à roda a bufonesca personagem Ternurinha, mulher em situação de rua que discursa sobre capitalismo, necropolítica, feminismo e democracia. Essa criação performática também serviu de tema para a tese de doutorado de Tefa, defendida no ano passado.
– Vou falar sobre o papel fundamental da arte em processos de construção de subjetividade – adianta a atriz.