Pesquisadores da Universidade de Turim, na Itália, chegaram à conclusão, recentemente, de que o consumo de vitamina D pode ajudar no aumento da imunidade. É claro que, para uma proteção eficiente contra o novo e temido coronavírus, a vitamina sozinha não funciona. No estudo, os cientistas ressaltam que a ingestão do nutriente pode "determinar uma maior resistência à infecção" se for associada às medidas gerais de prevenção, como a higiene e o distanciamento social, já adotadas no mundo inteiro. Neste estudo mais recente, os dados coletados indicam que muitos pacientes internados por coronavírus não tinham níveis considerados adequados do nutriente no organismo.
Mas como garantir que o nosso corpo esteja com bons níveis de vitamina D, já que para que seus níveis sejam satisfatórios é preciso exposição solar, e boa parte da população não está saindo de casa para evitar a propagação do coronavírus?
— Essa vitamina tem relação direta com o sol, pois sua síntese acontece justamente a partir da exposição a ele. A exposição nas atividades diárias do cotidiano, na maior parte das pessoas, já é suficiente. Nesse período de confinamento, não existe uma fórmula mágica — destaca o dermatologista Damiê De Villa.
Isso significa que a exposição exclusiva para esse fim não é recomendada, muito menos sem filtro solar.
— A Sociedade Brasileira de Dermatologia não indica a exposição intencional como fonte de síntese de vitamina D. A ideia de colocar uma cadeira de praia na varanda para pegar sol não é a forma recomendada — alerta Helio Miot, acrescentando que exposições prolongadas ao sol, antes mesmo de causar vermelhidão, consomem mais vitamina D do que produzem.
Para sanar o problema do déficit dessa substância, o mais indicado seria apostar na alimentação adequada e na exposição habitual, ou seja, aquela feita enquanto se estende roupa ou leva o cachorro para o pátio, por exemplo. Sempre com filtro solar.
Clarisse Zanette, nutricionista e coordenadora do curso de Nutrição da Faculdade Fátima, em Caxias do Sul, explica como a alimentação ajuda nesse processo:
— Adquirimos a vitamina D por meio dos alimentos, como leite, ovos, peixes e óleo de fígado de bacalhau. Ela é um hormônio também produzido pelo nosso organismo, mas sua ativação é feita pela exposição à luz solar.
A especialista também afirma que o nutriente regula a quantidade de cálcio e fósforo no corpo, o que o torna responsável pela saúde dos ossos. Além disso, atua no bombeamento de sangue para o corpo, reduzindo o risco de doenças coronarianas.
— A vitamina D é importante para o sistema imunológico, porque é metabolizada pelas células imunológicas, que agem no fortalecimento do sistema de defesa, evitando o desenvolvimento de inflamações — completa.
Em alguns casos, como explica Clarisse, a suplementação de vitamina D pode ser uma opção:
— A suplementação é essencial em alguns casos, como em indivíduos que não se expõem ao sol, idosos, gestantes, e também na prevenção do câncer e no tratamento da diabetes e doenças autoimunes.
Uma das dicas para melhorar a absorção de vitamina D é sempre consumi-la junto a alimentos ricos em gordura, como a carne. Outras recomendações, segundo Clarisse, são usar a suplementação após o almoço, por exemplo, ou temperar a salada com azeite de oliva. Também é possível ingerir uma cápsula de ômega 3 ou de vitamina E junto com a vitamina D.
Não há contraindicações quanto à suplementação, mas a nutricionista alerta para a necessidade de exames antes de iniciar o uso. Assim como a falta da vitamina, as superdosagens podem apresentar sérios riscos à saúde:
— A hipercalcemia, ou seja, o excesso de cálcio pode gerar perda da função renal e calculose renal. Então, sempre antes de iniciar a suplementação de vitamina D, consulte seu nutricionista ou médico — recomenda.