Comparações nunca dimensionam de fato o valor de um artista. Na verdade, a comparação tem a tendência de desmerecer a identidade do comparado. Por exemplo, já foi dito que Ricardo Pita é o Bob Dylan equatoriano. Perdão, Dylan, mas o Pita é o Pita. E desprezar essa comparação também não é ofensa, importante é reconhecer que cada praia tem seu charme particular, apensar de serem todas feitas de mar e areia.
Ricardo Pita é mais uma dessas gratas surpresas que o Festival Música de Rua traz até nós. Hoje, às 17h, haverá show com Ricardo Pita e a Banda Marcial do Cristóvão de Mendoza, no espaço Fabbrica, em Caxias.
O músico equatoriano lança seu mais recente disco La casa rodante. Pra quem não conhece ou nunca ouviu os sons do Pita, confere aí o que vai encontrar.
— Minha música é uma mistura de muitas coisas. Eu não gosto de casar com um único estilo. No que faço você pode encontrar folclore latino-americano, rock alternativo, swing e tropical. Tudo o que passa pelos meus ouvidos fica comigo e depois aparece na minha música — explica Pita.
Quer mais pistas?
— Eu tenho muitas referências musicais. Mais os músicos que sempre me chamaram a atenção são aqueles que mudam constantemente de estilos musicais, como Jorge Drexler, Caetano Veloso e Rubén Blades.
Pita diz amar a música brasileira e carrega no baú de sons, as canções da nova e velha guarda da cena brasileira:
— A música do Brasil tem estado presente para mim desde que eu era muito pequeno. Tom Jobim e Vinicius de Moraes foram uma ótima referência ao começar a compor. Agora gosto muito do que Rodrigo Amarante faz, além de Marcelo Jeneci, Tulipa Ruiz, O Terno e Francisco el Hombre.
A agenda de Pita será intensa na Serra, a começar com o show de hoje, na Fabbrica. No sábado, Pita sobe a serra e vai pra Rua Coberta, em Bento Gonçalves, tocar com Tuyo, banda Trebbiano, projeto Rapajador e o DJ Muzak.
E no domingo, Pita desce a serra e volta pra Caxias, pra dividir o palco no estacionamento da UCS, com o Quarteto Ricacosa, Keila, Tuyo, Renato Borghetti, projeto Rapajador e Slam das Manas.
Entre os shows, enquanto descansa, Pita participa da Residência Artística do Festival Música de Rua, com Henrique Zattera, de Caxias, Lara Rossato, de Dom Pedrito, e Sulimar Rass, de Pelotas. A direção artística é do acordeonista caxiense Rafael De Boni.
— Não temos script, temos a liberdade musical e artística. Com isso, minha missão é fazer com que cada um dos músicos traga sua identidade, mas também receba algo da residência — argumenta De Boni.
No mesmo tom, Ricardo Pita fala da expectativa com essa reunião com músicos de diferentes estilos, mas todos parte dessa Latino-América Subtropicalista.
— Em cada país que vou tocar, procuro músicos locais para renovar o projeto. No Chile, meu percussionista fez de mim o padrinho de seu filho. É com muita alegria que me encontro com novos músicos e vejo o que sai dessa experiência. Eu sei que desta vez será ainda mais especial — acredita Pita.
DISCOGRAFIA
Las Aventuras de Ayer, Hoy y Siempre (2013)
Amuleto (2016)
La Casa Rodante (2019)
PROGRAME-SE
Quarta-feira (1º de maio), às 17h, na Fabbrica
Ricardo Pita e da Banda Marcial do Cristóvão de Mendoza
Sábado (4 de maio), às 15h, na Rua Coberta, em Bento Gonçalves
Ricardo Pita, Tuyo, banda Trebbiano, projeto Rapajador e DJ Muzak
Domingo, às 15h, no estacionamento da UCS
Quarteto Ricacosa, Ricardo Pita, Keila, Tuyo, Renato Borghetti, projeto Rapajador e Slam das Manas
Todas as atividades têm entrada franca.