Falta pouco para o Dia Internacional da Mulher, na próxima quarta-feira, 8, e sobram referências femininas, cada qual com a sua história e o seu mérito. No cenário artístico gaúcho, como falar na data e não chamar Tânia Carvalho pro papo?
Destemida e cheia de talento, começou na televisão junto com a estreia do Jornal do Almoço, em 1972. Não é à toa que, neste mês dedicado à mulher, sua agenda lota de eventos, todos à espera do que Tânia tem a compartilhar.
Neste fíndi, ela volta de férias com seus comentários no "SuperSábado", da Rádio Gaúcha (600 AM e 93.7 FM). Por aqui, nos brinda com uma conversa sobre o Dia Internacional da Mulher e revela a sabedoria que só o tempo é capaz de trazer. Aos 74 anos, acha "o máximo" falar a sua idade.
Aqui Entre Nós – Retornas com tudo ao SuperSábado?
Tânia Carvalho – Sim! Estava de férias em Torres. Volto com os meus comentários em que dou dicas de um livro de que eu goste muito. Tenho me acostumado a ler um por semana, é maravilhoso!
Aqui – Nós temos muito a comemorar neste 8 de março?
Tânia – Falta muito ainda. Nós, mulheres, aprendemos bastante, mas ensinamos muito também. Ontem (quinta-feira), estava vendo Amor & Sexo, que mostrou toda a gama de sexualidade. Mas ainda temos preconceito. E isto diz respeito às mulheres, porque temos de pensar: "Como eu estou educando?", "Estou ensinando o meu filho a respeitar as diferenças?". Os meus filhos (Diogo Carvalho, 35 anos, e Fabiano D'El Rey, 49) trocam fraldas (ela tem três netos), cozinham, tudo o que era proibido e pegava mal um homem fazer. Mas, todo dia, acordo e digo: "Não devo ter preconceito, preciso fazer um exercício de não julgar".
Aqui – Esta bandeira está muito nas mãos da mulher?
Tânia – Sim, ainda depende muito dela. Eu jamais me casaria, por exemplo, com um homem que tem preconceito. Quando o meu marido (o clínico geral Felicíssimo Medeiros) me pediu em casamento, me disse: "Eu quero me casar contigo e com o teu filho (Fabiano, da sua primeira união)". Estamos juntos desde 1975.
Aqui – Com o passar dos anos, enxergas mudanças no olhar do homem para a mulher?
Tânia – Entre os mais velhos, o olhar não mudou. Tem uns duros na queda! Mas, da minha geração em diante, modificou muito.
Aqui – No BBB, temos uma gaúcha como a participante com mais idade de todas as edições. Ieda tem 70 anos, é bem-resolvida, usa biquíni e faz festa com a galera, como outras tantas mulheres famosas e maduras, como Susana Vieira.
Tânia – Eu acho o máximo! Tenho amigas de 80, 89, 90 anos que usam biquíni, bebem champanhe, jogam carta e tomam sol no maior alto-astral! A alegria é a melhor forma de viver.
E olha a sister Ieda, de Canoas para o Big Brother, provando que é do time das poderosas!
Aqui – Enquanto isso, muitas gurias novas não mostram esta vivacidade e cobram a perfeição dos seus corpos.
Tânia – Falta alimentar a alma, olhar pra si e não só mostrar a boa forma. Falta um bom livro, alimentar o intelecto.
Aqui – A mulher brasileira anda fazendo muitas plásticas?
Tânia – Eu fiz duas, uma nos olhos, outra de desvio de septo nasal, e pronto! Cuido da minha saúde, da minha pele, mas não quero tirar as minhas rugas. É a minha história. Mas esta decisão é muito pessoal.
Aqui – Se tu pudesses voltar ao passado e dar um conselho para a Tânia ainda bem guriazinha, qual seria?
Tânia – Não perde tempo (risos)! Me daria uma pilha de livros e diria: "Vai! Te orienta" (risos).
Aqui – Algumas famosas veteranas não gostam de falar quantos anos têm. Isto te incomoda também?
Tânia – Eu acho o máximo falar a minha idade. Nasci em 25 de dezembro de 1942. Tenho amigas que são lindas, joviais, mas não gostam de falar a sua idade. Eu seria capaz de mentir que tenho até mais (risos)!