Um mundo distópico e um corpo social alienado. Este é o cenário apresentado na trama dirigida por Miguel Beltrami, no próximo domingo. A sociedade, comandada por um grande e poderoso líder – o Anestesiasta, mistura de anestesista com entusiasta – é apresentada em uma versão moderna de 1984, onde o grande líder, provido de grandes recursos tecnológicos, detém o controle total sobre a informação.
Na peça, tudo o que as pessoas sabem e conhecem vem do poder do grande líder, e tudo que por ele é dito torna-se verdade e acontece, em um jogo de manipulação digno de um ilusionista. A partir daí, a trama se desenrola em uma espécie de brincadeira de o "mestre mandou".
Todo este controle cria uma atmosfera de opressão, e o efeito anestésico vigia e mantém o organismo social vivo. A vida das pessoas torna-se, para o Anestesiasta, uma espécie de roteiro onde, entre a vida e a arte, não se sabe quem imita quem.
Neste ritmo, a sensação anestésica contamina não somente o palco, mas também o público, e a verdade que os olhos enxergam nem sempre é a que prevalece.Em um segundo momento, os personagens, já massificados, porém mais complexos, tentam, através do pensamento da rebelião, abrir seus próprios caminhos e libertar-se do domínio do ditador.
Em uma discussão sobre a importância do acesso à informação em qualquer sociedade, o espetáculo conta com duas apresentações em Caxias, no dia 26 de março, às 15h33min e às 17h17min, na Praça Dante Alighieri. A entrada é franca, e a classificação é livre. Em caso de chuva, a apresentação será transferida para o dia 2 de abril.