O monumento mais emblemático de Caxias foi construído em homenagem aos imigrantes. De fato, Caxias forjou sua história em chegadas, seja dos que cruzaram – e ainda cruzam – oceanos, seja dos que pulam fronteiras menos distantes em busca da prosperidade local, igualmente manufaturada pelos que um dia escolheram a cidade como destino. Por descendência ou protagonismo, todos somos forasteiros, e essa condição pode ser celebrada numa programação cultural que começa nesta sexta, unindo diferentes fragmentos do mosaico sonoro da cidade. É o Ocupa Imigrante, que oferece 10 shows gratuitos, no “pátio” do casal estrangeiro mais ilustre de Caxias.
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Assim como a mulher e o homem retratados no Monumento ao Imigrante miram a cidade, os artistas que ocuparão o ponto turístico para mostrar seus trabalhos autorais também lançam olhares sobre Caxias, numa espécie de raio-X sonoro de nossas muitas vertentes. O quarteto instrumental Yangos, por exemplo, abre a programação trazendo uma Caxias habitada por chamamés, milongas, tangos, chacareras e jazz. Nenhum desses ritmos nasceu aqui, mas todos são nossos.
– Ali é um monumento em homenagem a quem a gente recebe. Neste momento em que a cidade está crescendo tanto, será emblemático tocar lá – comenta o pianista César Casara, que integra o Yangos ao lado de Cristiano Klein (percussão), Rafael Scopel (acordeon) e Tomás Savaris (violão).
O Monumento ao Imigrante miscigenará ainda raps, rocks, reggaes, flamencos, tambores e afins, na programação que segue até o dia 19, com shows sempre às 19h. Uma das apresentações mais aguardadas é a do grupo Sabar África, formado por senegaleses.
– Aquele lugar mostra “aqui é terra de imigrante”. Todo ano fazemos a caminhada do Dia do Imigrante saindo do monumento, mas a gente sempre quis tocar lá. Vai marcar para nós, e acho que vai marcar para quem assistir – sugere Abdou Lahat Ndiaye, o Bili, que mora em Caxias desde 2010 e integra o Sabar com outros seis conterrâneos do Senegal.
– É muito simbólica a presença deles, afinal, são os novos imigrantes – comenta Breno Dallas, um dos produtores do Ocupa Imigrante.A ideia de levar shows e público para o Monumento Imigrante surgiu ainda em 2014, com apresentações do projeto Mostra Música Daqui. Agora, o Ocupa Imigrante (custeado via Financiarte, com realização da Varsóvia, Sesc Caxias e Fecomércio-RS) vem reforçar um caráter político-social.
– Os locais são feitos para as pessoas. O Monumento ao Imigrante é um local de arte, tem um museu, mas não é um local de encontro. Levar cultura para lá propicia que as pessoas estejam lá, cria novos fluxos – reforça Dallas.
Programe-se
:: Sexta: Yangos
:: Sábado: Sabar África
:: Domingo: Makavelli Records (rap)
:: Dia 13: Magabarat
:: Dia 14: Mindgarden
:: Dia 15: Sonidos Flamenco
:: Dia 16: Maragá
:: Dia 17: Não Alimente os Animais
:: Dia 18: Natural Dread
:: Dia 19: Baque dos Bugres