A cidade que povoa o olhar de seus habitantes diariamente foi e segue sendo inspiração para muitos trabalhadores das artes visuais. Aproveitando o último mês de comemorações dos 140 anos da chegada dos primeiros imigrantes italianos ao Estado, o Museu Municipal celebra a diversidade de olhares sobre Caxias na exposição O Fio da Memória, a partir desta quarta-feira. A mostra é composta por 49 obras, garimpadas por Denise Spiandorello e Márcia DallAgo no Acervo Municipal de Artes Plásticas (Amarp).
- Tem representações não só do patrimônio, mas também do homem que viveu e ainda vive aqui. São relações com a memória, por meio de cenas do cotidiano, do trabalho, da religiosidade - explica Denise.
O trabalho das curadoras começou ainda em agosto e, neste período, as visitas até o Amarp (no Centro de Cultura Ordovás) foram constantes. O acervo possui 938 obras, das quais Denise e Márcia separaram 180, para só depois escolherem as 49 peças que fariam parte da exposição. Entre as técnicas utilizadas estão óleo sobre tela, escultura, gravura, fotografia, etc.
- É um acervo muito diversificado, precisávamos de certa unidade para marcar o andar, então definimos questões do tempo e da ausência de lembrança.
Para retratar a ausência da memória, por exemplo, a mostra terá alguns quadros sem imagem colocados estrategicamente em meio às obras (como nesta imagem). A ideia é que as pessoas relacionem esses vazios com as próprias paisagens que não existem mais.
- Locais dos quais sentimos falta, ausências que ocorrem, até mesmo pessoais. Alguns prédios foram derrubados, outros esquecidos - diz Denise.
Os olhares artísticos escolhidos pelas curadoras são antigos e contemporâneos. Entre os exemplares mais antigos estão obras de 1920 (Cilner) e 1929 (Adélia Eberle), em harmonia com quadros de artistas caxienses da nova geração, como Rafael Pagatini. Em meio a essa pluralidade, o visitante encontrará diferentes momentos da cidade retratados:
- O prédio onde fica o Arquivo Histórico é mais conhecido por ter sido um estabelecimento comercial ou o Hospital Carbone, mas tem uma pintura (de Mário Soldatelli) que revela aquele prédio como uma residência - exemplifica Denise.
Programe-se
O que: exposição coletiva O Fio da Memória, com obras do Amarp
Onde: Museu Municipal (Visconde de Pelotas, 586)
Quando: abertura nesta quarta-feira, às 19h30min. Visitação até o dia 26 de março de 2016, de terça a sábado, das 9h às 17h
Quanto: entrada franca
Informações e agendamentos: (54) 3221.2423 e museumunicipal@caxias.rs.gov.br
Artes
Museu recebe obras do Amarp com recorte sobre Caxias do Sul
Visitação poderá ser feita a partir desta quinta-feira
Siliane Vieira
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