Se o Tangos & Tragédias homenageou o ritmo argentino no nome por tantos anos, agora chegou a vez de esmiuçar a sonoridade hermana misturando-a com outros sotaques e sons no projeto Tãn Tãngo. Essa é a missão que Hique Gomez encabeça em seu retorno a Caxias do Sul. Ele se apresenta neste domingo, no UCS Teatro.
Eterno refugiado da Sbórnia aos olhos do público, Gomez comenta que existem semelhanças entre o espetáculo com o qual ficou conhecido ao lado de Nico Nicolaiewsky e o Tãn Tãngo. Porém, o foco está mais sonoro agora.
- Sim, sou eu mesmo que estou no palco. O violino é o mesmo. Converso com as pessoas, conto histórias, proponho corais. Mas é um espetáculo que tem a ênfase na música e no lúdico. Há um trabalho fantástico de projeções criado pelo Claudio Ramires, um dos maiores artistas plásticos que conheço - compara.
O trabalho atual - nascido em 2008, numa parceria com a Orquestra de Câmara do Theatro São Pedro - tem também contribuído para Hique Gomez confirmar seu talento frente a uma banda.
- Eu evoluí muito como músico. O repertório é difícil de tocar. Tem que estudar. A música que faço hoje está muito mais sofisticada e conto com uma banda de qualidade internacional - diz Hique Gomez, em referência ao grupo formado por Carlitos Magallanes no bandoneon, Dunia Elias no piano, Éverson Vargas no baixo acústico, e Filipe Lua na harmônica, vocal e percussões eletrônicas.
Tãn Tãngo traz no repertório versões tangueiras para clássicos que vão do choro/samba (Carinhoso, de Pixinguinha) ao rock (Elenore Rigby, dos Beatles), além de fusões que aproximam artistas como Piazzolla e Caetano Veloso. Hique Gomez chega a brincar chamando o tango de MPB.
- O tango é de Buenos Aires, mas nos últimos 15 anos recebemos tantas visitas de artistas do Conesul, fizemos tantos amigos com as caravanas que vão e trazem projetos de integração cultural, que é bem normal que possa surgir no seio da produção brasileira um espetáculo baseado no tango. Veja, estamos a uma hora e 20 minutos de São Paulo e a uma hora e 20 minutos de Buenos Aires. Somos o centro de uma questão. Vitor Ramil tem provado isso também, fazendo suas produções binacionais - reflete Gomez.
PROGRAME-SE
* O que: espetáculo Tãn Tãngo
* Onde: UCS Teatro(Cidade Universitária), em Caxias do Sul
* Quando: domingo, às 20h
* Quanto: R$ 50 (balcão e mezanino) e R$ 60 (plateia e camarote), à venda nas livrarias do Maneco do Centro (Rua Marechal Floriano, 879) e Centro de Convivência da UCS. Descontos de 50% para os 100 primeiros sócios do Clube do Assinante Pioneiro e 20% para os demais. Estudantes e idosos pagam meia. No domingo, os ingressos poderão ser adquiridos no saguão da UCS Teatro, a partir das 9h