Termina neste sábado, no Hotel Samuara, o 10º Encontro Regional Sul de Travestis e Transexuais. Vindos do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul, cerca de 100 travestis e transexuais, além de representantes dos movimentos LGBTs desses Estados, mais 20 palestrantes, vindos de diversos estados brasileiros, participam de debates, oficinas e relatos sobre diversos temas.
- Este é um encontro de grande importância, que pela primeira vez é realizado no Interior do Estado, fomentando e mostrando que temos experiência e conhecimento para nossas questões - diz Cleonice Araujo, transexual que está à frente da ONG Construindo Igualdade, de Caxias do Sul.
Como boa parte dos participantes do encontro, Cleonice enfrentou barreiras sociais e preconceitos nem tão velados para construir sua identidade de gênero.
- As pessoas têm preconceito por aquilo que não conhecem. Estou em processo de transexualização, de readequação, pois nasci num corpo mais me identifico com outro - explica ela.
Esta é uma realidade enfrentada por mais de 50 mil travestis e transexuais que vivem no Brasil, 95% deles profissionais do sexo. Esse grupo Poderiam ter outras ocupações se, por sua condição e pelo preconceito, não fossem banidas da formação convencional nas escolas ou do acesso a vagas formais do mercado do trabalho, que ainda seleciona por critérios aquém da capacidade funcional.
- Lutamos por todos os direitos, mas todos os dias temos nossos direitos violados. AS empresas não abrem postas para o ingresso no mercado de trabalho. Quando descobrem que um candidato à vaga é um transexual, por exemplo, ele não consegue a vaga - conta Cleonice.