Ao apertar o play de Flor Lilás, o novo CD da banda caxiense Velho Hippie, o que se houve é o som de uma agulha encostando num disco de vinil, aquele som chiado característico que os antigos bolachões faziam antes da música começar. No final, fica aquele barulhinho arranhado do long play que terminou. Tratam-se de referências claras ao sessentismo dos músicos - presente também no nome da banda, claro.
Mas a homenagem não é vazia, afinal, toda a sonoridade do disco responde à organicidade daqueles anos. Dos metais, aos solos de guitarra, das linhas de baixo, e batidas da bateria, ao piano acústico, tudo é muito vivo.
- Usamos algumas técnicas antigas. Em várias músicas gravamos como se fosse ao vivo, num take só. Tentamos deixar o som com essa cara mais retrô. Deu para fazer com tempo, experimentar timbres, pegar guitarras emprestadas, posicionar o microfone em lugares diferentes, foi bem experimental - conta Vinícius Lazzari, responsável pelo vocal e guitarra da Velho Hippie.
A banda ainda tem Felipe Girotto (bateria), Guilherme Rosset (percussão), Felipe Balen (teclado) e Tiago Frank (baixo). Flor Lilás é o segundo disco da Velho Hippie e foi custeado pelo Financiarte. O trabalho será apresentado na íntegra em show neste domingo, às 20h, no Teatro Pedro Parenti da Casa da Cultura (Rua Dr. Montaury, 1.333).
A entrada é franca, mas é necessário retirar ingresso com antecedência no local. No dia da apresentação, sugere-se a doação de livros (destinados ao Ponto de Cultura Teia Cultural). Informações pelo (54) 3221.3697.
Música
Velho Hippie apresenta repertório do disco 'Flor Lilás' no Teatro Pedro Parenti, em Caxias
Organicidade dos anos 1960 guiam sonoridade da banda caxiense
Siliane Vieira
Enviar emailGZH faz parte do The Trust Project