A revista Almanaque deste final convidou personalidades de áreas distintas para tentar desvendar as facetas do "cara" que se apresenta em Caxias nesta terça.
"Acho que como impediu que fosse publicada uma biografia sua, o Roberto Carlos meio que se obrigou a escrever uma autobiografia. Ele tem muita coisa para contar: da sua infância, da sua carreira, dos seus amores, etc. É isso o que os seus fãs esperam. Gosto de muitas das suas composições. Musicalmente, ele é, evidentemente, um cara que ouviu muito blues. Algumas das suas canções têm uma estrutura - uma reincidente terceira parte - sofisticada, nem sempre notada."
Luis Fernando Verissimo, escritor
"Roberto Carlos é o maior ícone pop da história do Brasil. Seu eu o visse na minha frente provavelmente começaria a chorar e depois diria:
- Bicho, vamos fazer um filme?
E seria um filme com uma trilha dele, claro. Minha fase RC vem logo depois da Jovem Guarda e segue até 1978. São meus discos preferidos, começando com os dois de 1969, que inclui o Em Ritmo de Aventura, maravilhosa trilha do filme. Escutava com a minha mãe, Mariza, na infância, e herdei os vinis. Mas a grande imagem dele no cinema está associada ao malandro-piloto Lalo (do filme Roberto Carlos a 300 Km por Hora), um cara cheio de gírias e sonhos, apaixonado, simpático, com quem qualquer um se enternece. Lalo é o Roberto que aproxima o ídolo do cidadão comum. É deste filme também a minha música preferida, De Tanto Amor, que rivaliza com outras grandes como O Portão e Como Vai Você."
Gustavo Spolidoro, cineasta
"O Roberto Carlos da minha adolescência é o astro de Roberto Carlos a 300 km por Hora (direção de Roberto Farias) e sobe a Rua Augusta a 120 por hora, esvoaçando suas madeixas, ao lado do tremendão Erasmo Carlos. O Roberto Carlos da minha juventude anda devagar, uns 40 por hora, pra não derrapar nas curvas da estrada de Santos. O Roberto Carlos da minha maturidade está cada vez mais devagar, quase parando. Faria uma boa dupla com o André Rieu para bailes da terceira idade. Mas não dá para negar que esse cara escreveu boas canções de amor e embalou muitas reuniões dançantes. O Carlos Manga (diretor da TV Globo) me disse que um dia fará a mais espetacular série da história da televisão brasileira, e ela já tem um título: REI. Só falta o Roberto autorizar."
Carlos Gerbase, cineasta
Vida e obra
Personalidades do cinema e da literatura falam sobre Roberto Carlos
O escritor Luis Fernando Verissimo e os cineastas Carlos Gerbase e Gustavo Spolidoro fazem análises pessoas sobre o Rei
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