A existência foi curta, as fotos são poucas, mas a história do antigo chalé da Praça Dante - ou melhor, o “Chalet Municipal” - sempre merece ser lembrada. Na sequência da publicação da última terça, hoje trazemos uma rara imagem de divulgação do espaço (acima), extraída do Relatório apresentado pelo Intendente Municipal José Penna de Moraes ao Conselho Municipal de Caxias - e compartilhada recentemente nas redes sociais do Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami.
Inaugurado em fevereiro de 1917, o chalé teve como primeiros administradores os senhores Arruda & Lucena. Em 1918, foi reinaugurado sob a administração da firma Cibelli & Valencia, ainda com serviço de restaurante, comércio e venda de bebidas. Já em abril de 1920, o jornal "A Tribuna" informou que Caxias seria dotada de um "novo café" estabelecido no “Chalet da Praça Dante Alighieri”, com serviço de bar e confeitaria, sob a direção da firma Veiga & Fontoura.
Conforme publicado no Relatório da Intendência Municipal de 1916, "o elegante chalet da praça Dante será um ponto de reunião e de conforto para os visitantes, veranistas e para o povo em geral". Consta que, em dias festivos, também havia apresentação de bandas de música. E no verão, à noite, orquestra com "repertório escolhido e variado".
O chalé permaneceu no coração da praça até meados de 1925, quando foi demolido. Na imagem abaixo, a charmosa estrutura captada em finais de 1922, à época da inauguração da Estátua da Liberdade - também conhecida por Coluna da Independência. Repare, à direita, as cadeiras externas e os bancos para o público no entorno do chalé.
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A Estátua da Liberdade
Surgida cinco anos após a instalação do chalé, a “vizinha” Estátua da Liberdade” foi inaugurada na Praça Dante Alighieri por ocasião do centenário da Independência do Brasil, conquistada em 1822. É obra de dois mestres que deixaram profícua herança artística e arquitetônica no município: o construtor Silvio Toigo (autor da coluna, do pedestal e da balaustrada) e o escultor Michelangelo Zambelli (responsável pela escultura em si e seus ornamentos).
Quando surgiu, a estátua situava-se em um ponto mais elevado da praça. Anos depois, com as mudanças no terreno e as reformas urbanísticas, as escadarias e a balaustrada (conjunto de colunas de concreto que serviam de apoio e proteção, como se vê nas fotos acima e abaixo) foram suprimidas do entorno, descaracterizando o conjunto original.
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Fotos internas
Se há poucos registros da praça com o antigo chalé, fotos internas do espaço são mais raras ainda, se é que existem.
Tanto o Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami quanto este colunista estão em busca de imagens do interior do espaço. Caso você disponha de alguma, entre em contato pelo e-mail rodrigolopes33@gmail.com.
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