Antes de assumir como bispo auxiliar da Diocese de Caxias do Sul, em 1957, Dom Cândido Maria Bampi teve forte atuação no município de Vacaria. Foi onde, em 1936, assumiu a então recém-criada Prelazia de Nossa Senhora da Oliveira, implantada por Frei Pacífico de Bellevaux dois anos antes, em 1934. A escolha do nome de Bampi foi destacada pelos autores Rovílio Costa e Luiz De Boni na publicação Os Capuchinhos do Rio Grande do Sul (Edições Est, 1996):
“A 8 de setembro de 1934, Papa Pio XI criava a Prelazia de Nossa Senhora da Oliveira de Vacaria, cujo território, desde 1903, estava sob os cuidados pastorais dos freis capuchinhos. Por isso foi escolhido um capuchinho para dirigir a prelazia, na pessoa de Dom Frei Cândido Maria Bampi, que, além de prelado de Vacaria, foi nomeado (em 1936) bispo titular de Tlós, antiga diocese da Ásia Menor, destruída pelos muçulmanos”.
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Ainda conforme o livro, o religioso efetuou sua primeira visita pastoral no ano de 1937, percorrendo as capelas de São João Velho (Esmeralda), Extrema, Nossa Senhora da Luz, Rosário do Refugiado, Capão Grande, São Bernardo, Serra do Meio, Capão Alto, Muitos Capões e Vista Alegre. Também em 1937, em 12 de dezembro, era lançada a pedra fundamental do Palácio Episcopal.
Dom Cândido permaneceu em Vacaria por 21 anos, até ser nomeado como bispo auxiliar de Caxias do Sul, em 9 de abril de 1957. Em 1976, após uma internação hospitalar, desligou-se dos encargos episcopais e, como simples capuchinho, recolheu-se ao Convento Imaculada Conceição.
Dom Cândido Maria Bampi faleceu em 7 de julho de 1978, aos 89 anos, após 78 anos de vida religiosa. Primeiro bispo capuchinho da Província do Rio Grande do Sul, ele está sepultado na Catedral de Caxias do Sul, onde as cerimônias de exéquias foram celebradas por sete bispos e 110 sacerdotes.
Com informações do Museu dos Capuchinhos.
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Acervo fotográfico
As imagens desta página foram gentilmente cedidas pelo Museu dos Capuchinhos, onde são mantidas centenas de documentos e fotografias relativas à atuação dos freis no Rio Grande do Sul. Na foto maior acima, um registro da posse de Dom Cândido Maria Bampi no interior da Catedral de Vacaria, em 1936 – ao centro do retábulo do altar-mor vê-se a imagem de Nossa Senhora da Oliveira.
Na primeira fileira, sentados, estão Frei Pacífico de Bellevaux, um religioso não identificado, Frei Afonso Lazzaretti, Dom Antônio Zattera, Frei José Cherubini, Dom Frei Cândido Maria Bampi, o Padre Diocesano João Meneguzzi, Frei Exupério De La Compôte, Dom Henrique Gelain e Frei Geraldo De Gruffy.
Na segunda fileira vemos Frei Egídio Celuppi, Frei Carlos Picinini, Frei Luiz Ferronato, Frei Agostinho Bizoto, Avelino Pain (prefeito de Vacaria), Frei Marcelo Bianchi, Frei Eduardo Totti, Frei Justino Dotti, Frei Romualdo Mulinari, Frei Daniel Vian, Frei Domingos Rigon, Frei Ladislau Berehula e Frei Conrado Zulian.
Ao lado, o aniversário de três anos da sagração de Dom Cândido em 1939. Sentados, os freis Edmundo de Nâves, Dom Cândido e Modesto de Nâves. Em pé, os freis Domingos Rigon, Efrem de Bellevaux, Pacífico de Bellevaux, João Batista Roncato, Antônio Bampi (primo), Timóteo Persici, Luiz Ferronato e Onésimo Sperandio.
Família e estudos
Dom Cândido Maria Bampi, ou melhor, Julio Bampi, nasceu em 26 de janeiro de 1889, em São Vigílio da Segunda Légua, interior de Caxias do Sul. Filho dos imigrantes italianos Maximino Bampi e Giacoma Cemin, o jovem ingressou no Seminário dos Capuchinhos em Garibaldi em 1900. Em 1904, seguiu com os estudos na antiga Colônia Alfredo Chaves (atual Veranópolis) e, no ano seguinte, fez o noviciado em Flores da Cunha, tomando o nome de Frei Cândido Maria Bampi – os primeiro votos foram emitidos em 8 de novembro de 1906.
Os cursos secundário e superior de Filosofia foram concluídos por Bampi em Flores da Cunha, enquanto o de Teologia deu-se em Garibaldi. Na sequência, foi enviado à Pontifícia Universidade Gregoriana de Roma, onde ocorreu a ordenação presbiterial, em 1914, e a graduação em Direito Canônico, em 1918.
Dom Cândido retornou ao Brasil em 1919, durante o armistício da Primeira Guerra Mundial. Por aqui, atuou como professor de Teologia Dogmática e Direito Canônico no Convento de São Francisco, em Garibaldi, além de auxiliar como comissário provincial dos Capuchinhos do Rio Grande do Sul, de 1927 a 1932. Já a ordenação episcopal ocorreu em Porto Alegre, em 1936.
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