Impossível dissociar o nome de José Zugno (1924-2008) dos famosos roseirais cultivados no antigo Horto Municipal, onde hoje localiza-se o Jardim Botânico de Caxias do Sul. Era o "habitat" por excelência do engenheiro agrônomo, que, nas décadas de 1950, 1960 e 1970, atuou como titular da Diretoria de Fomento e Assistência Rural da prefeitura, além de professor de Botânica na Escola Normal Duque de Caxias, nos colégios São Carlos e São José e na antiga Faculdade de Filosofia.
Zugno fez da área do horto, junto às represas do sistema Dal Bó um campo de experimentação e ensino. Sua rotina incluía também levar grupos de estudantes para conhecer as diversas espécies, cultivadas por jardineiros como Manuel Martins, o seu Manuelzinho, morador do lugar por cerca de três décadas.
"O roseiral do horto, com milhares de rosas de todas as formas, matizes e perfumes, era algo de maravilhoso, que fazia o encanto de todos que para lá se dirigiam: pessoas de idade, jovens, normalistas, minhas alunas, gente preocupada, curiosos ou apenas amantes da natureza...", definiu Zugno em 1992, na coluna "Vida Agrícola", publicada no jornal Correio Riograndense.
Conforme informações da família, na década de 1970 o horto chegou a concentrar cerca de 65 mil pés de rosas, conforme mostra a foto acima, integrante do acervo da família. Em meio ao roseiral, o técnico agrícola Milton José Guerra, da antiga Diretoria de Fomento e Assistência Rural.
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Livro e exposição
A rica trajetória de seu José Zugno estará devidamente registrada no livro e álbum fotográfico A Palmeira Humana: Memórias do Naturalista e Escritor José Zugno, organizado pelo filho Ricardo Zugno em parceria com a jornalista Vera Mari Damian.
A sessão de autógrafos e a abertura da exposição temática sobre o professor, falecido em 2008, estão previstas para o mês de novembro, no Museu dos Capuchinhos – foi no jornal Correio Riograndense, aliás, que José Zugno assinou por mais de 50 anos, ininterruptamente, a coluna Vida Agrícola.
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