A redescoberta do acervo de Hugo Neumann pelo historiador Éder Dall'Agnol dos Santos joga luzes sobre a trajetória profissional, familiar e comunitária do fotógrafo.
Filho de Joseph Neumann e Ida Raimann Neumann, Hugo Theodoro Neumann nasceu em 9 de novembro de 1901, na localidade de Linha Imperial, interior de Nova Petrópolis. De origem alemã, os Neumann estão entre as famílias pioneiras do lugarejo – o pai de Hugo dedicava-se ao comércio e chegou a atuar como presidente da cooperativa de crédito Caixa de Economias e Empréstimos Amstd (atual Sicredi), fundada em 1902 pelo padre jesuíta suíço Theodor Amstd.
Conforme apurado por Éder, por volta de 1923 Hugo já namorava a jovem Rosalina Borckert, romance que se transformou em casamento três anos depois, em 1926 – dessa união nasceram os filhos Lauro, Bertilo, Ênio, Heidi, Ilse e Neli.
Foi no despontar da década de 1920 também que Neumann tomou contato com a arte da fotografia, obtendo conhecimentos em Montenegro e localidades vizinhas. Mas a atuação marcante do fotógrafo deu-se mesmo em Linha Imperial, junto à comunidade alemã e seus descendentes. Além de fotos de famílias, batismos, crismas, casamentos e funerais, fotografou dezenas de eventos políticos, religiosos e comemorações cívicas.
Atuante por quase 60 anos, até meados de 1980, Hugo Neumann morreu em 13 de junho de 1993, aos 91. Já estava viúvo de Rosalina, falecida em 1987, um ano após o casal celebrar as bodas de diamante. É da jovem Rosalina, aliás, um dos mais emblemáticos registros de seu Hugo. Não há outra definição para a foto acima a não ser "Meisterwerk".
Obra-prima!
Confira abaixo outras preciosidades do acervo.
Pela região
Além de Linha Imperial, Hugo Neumann atuou em outras localidades próximas, como Santa Lúcia do Piaí, onde fez muitos registros dos moradores do distrito, de 1920 a 1950. Entre elas, o registro da família de João Vitório Cavalli e Pascoa Lazzarotto, pais do colega fotógrafo Fiorentino Cavalli, que eternizou Santa Lúcia nas décadas de 1950, 1960 e 1970 (foto abaixo).