Dando sequência à trajetória do fotógrafo Fiorentino Cavalli, destacamos nesta terça a atuação dele no distrito de Santa Lúcia do Piaí após o aprendizado profissional em Caxias, nos estúdios Geremia e Tomazoni. Conforme o pesquisador Éder Dall’Agnol dos Santos, em Santa Lúcia, Fiorentino foi incentivado a seguir na área da fotografia pelos padres da Ordem dos Cônegos Regulares Lateranenses, devido à grande amizade que tinha com os párocos da comunidade.
A partir daí registrou diversos momentos e fatos importantes na vila, como as visitas pastorais dos bispos Dom Benedito Zorzi e Dom Paulo Moretto, eventos políticos e cívicos, inaugurações, clubes de mães e de futebol. Também foi o fotógrafo "oficial" das famílias — eternizando batismos, crismas, casamentos e até funerais — percorrendo as localidade de Vila Oliva, Vila Seca, São Luís, Caravaggio da 6° Légua e Fazenda Souza, além das cidades de Antônio Prado, Nova Petrópolis e Veranópolis.
O estúdio de Fiorentino ficava localizado no porão de sua residência. Conforme Éder, muitas pessoas ainda lembram da famosa mesinha que fazia parte do cenário fotográfico — montado por ele mesmo — e da salinha escura de revelação das fotos.
Foi ali, entre luzes, sombras e poses que centenas de moradores da região eternizaram momentos emblemáticos de suas vidas, como as bodas de ouro do casal Daniel Dall Agnol e Francisca Lazzarotto, em 1973 (na sequência abaixo). Outro destaque foi a reunião da família Andreis, no Natal de 1967. Na foto mais abaixo vemos Maria Dolores, Leontina, Bernardete, Antonio, Aldo, Paulo, Roma, Atair, Moacir, Divino, Itacir, Iria, Bárbara, Olga e Hélia.
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Santa Lúcia em cores
No final da década de 1960, Fiorentino conheceu o fotógrafo japonês radicado em São Paulo Paulo Koiti Hirashima, de passagem por Santa Lúcia do Piaí a serviço da Paróquia. Cavalli e Koiti acabaram virando amigos de longa data. Na década de 1970, através de Koiti, Fiorentino conheceu a fotografia em cores, já bastante usada em São Paulo — recurso que impulsionou ainda mais os trabalhos de Cavalli.
Já no final da mesma década, Fiorentino, com a esposa e as suas duas filhas, deixaram Santa Lúcia e passam a residir no Bairro Cruzeiro. Na nova casa, Cavalli continuou atuando como marceneiro e fotógrafo, se fazendo presente quase todos os finais de semana em Santa Lúcia, onde era muito solicitado para fotografar casamentos.
Bastante conhecido também pelo envolvimento com a paróquia, Fiorentino faleceu em 26 de maio de 1992, Dia de Nossa Senhora de Caravaggio. Ele tinha 62 anos.
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Informações desta página são uma colaboração do historiador e pesquisador Éder Dall'Agnol dos Santos. Colaborador informal da coluna Memória, Dall'Agnol vem pesquisando a trajetória das famílias que ajudaram a colonizar o distrito de Santa Lúcia do Piaí – entre elas, os Damin, cuja história foi contada em parte recentemente neste espaço. O trabalho, segundo Dall'Agnol, deverá ser transformado em livro.
Moradores do distrito que tenham interesse em colaborar com fotos e dados sobre suas famílias podem entrar em contato pelo e-mail ederdallagnol89@gmail.com ou fone/whatts (54) 98449.9186.
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