Apenas nove pessoas estavam presentes no início da caminhada em homenagem à memória da menina Naiara Soares Gomes, estuprada e morta aos sete anos. O intuito da reunião, organizada via redes sociais, era lembrar o aniversário de um ano de morte da menina — o corpo dela foi encontrado em 21 de março de 2018, em Caxias.
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A doméstica Mara Lucia Gonçalves, de 47 anos, veio do bairro Bom Pastor para participar do ato. Ela e outras pessoas empunharam cartazes com frases homenageando a menina.
— Precisamos também pedir proteção às nossas crianças, que as autoridades olhem mais por elas — defendeu.
Samanta Nascimento, presidente da Associação de Moradores de Bairro (Amob) do Monte Carmelo, comunidade onde Naiara vivia com a tia e outros irmãos, também fez um apelo às autoridades da cidade.
— Questiono o poder público: por que as escolas particulares têm guardas municipais garantidos e as públicas não? Queria que os políticos olhassem também para a periferia. São milhares de Naiaras que continuam indo a pé para a escola. Querem tirar o passe livre dos ônibus, então que isso se reverta em transporte para as nossas crianças — disse.
O grupo saiu da praça Dante Alighieri por volta das 14h30min e caminhou até o Cemitério Público, onde uma missa foi celebrada, também sem maior adesão da comunidade.
Relembre o caso
:: Naiara saiu de casa por volta das 6h30min do dia 9 de março de 2018, uma sexta-feira. Ela morava, na Rua Vesúvio, no loteamento Monte Carmelo.
:: O destino final seria a Escola Municipal Renato João Cesa, no bairro São Caetano, onde estudava. Ela seguia sozinha até o colégio.
:: Na Rua Júlio Calegari, perto da Mozart Perpétuo Monteiro, ela foi abordada por um homem em um Palio branco. Ele a atraiu com uma mochila em formato de cachorro e disse a menina que, se quisesse uma boneca, teria que entrar no veículo.
:: Depois que Naiara entrou no carro, Souza deu a ela um mistura de suco de laranja, açúcar e cachaça, embriagando-a.
:: O réu levou a menina para casa dele no bairro Serrano onde a estuprou duas vezes.
:: A menina chorou e Souza a asfixiou com as mãos (esganadura, segundo perícia) e fraturou a cervical da criança.
:: Depois de matar Naiara, por volta das 10h30min, Souza escondeu o corpo da menina em um mato perto da Represa do Faxinal, na região do bairro Ana Rech. Ele foi preso no dia 21 de março e indicou o local onde havia deixado o corpo da criança.