Até meados dos anos 1980, ter uma datilografia perfeita era quesito obrigatório para estudantes e profissionais. Tanto que boa parte das escolas buscava formar turmas, tendo como parceiras as empresas fabricantes das hoje jurássicas máquinas de escrever.
Nas décadas de 1940 e 1950, por exemplo, o Colégio São Carlos mantinha a Escola Remington Oficial do Ginásio São Carlos. Foi lá que se formou dona Maria de Lourdes Canquerini, a segunda aluna a ser matriculada na então recém-fundada escola, aos três anos e meio, em 1936.
É da formatura ocorrida em 16 de dezembro de 1945 a foto acima, em que aparecem o jovem padre Eugênio Giordani, pároco de São Pelegrino, o professor Waldir, as irmãs Elza Scapini e Joana de Camargo e a diretora do São Carlos, irmã Maria Jacomina Veronese. O local é o palco do salão da antiga sede do colégio, na Rua Feijó Jr, que contemplava também um espaço para a clássica máquina de escrever Remington (à frente da mesa).
Além de Maria de Lourdes Canquerini (primeira à esquerda, de camisa branca), a turma era formada por Angelina Beraldo, Adelina Salerno, Alba Zoccola, Anita Modena, Branca Martini, Claire Sartor, Cleudes Aver, Celio Pancera, Clacyr Pinheiro, Elyr Chiarelo, Edyr Agostinelli, Gilza Reis, Hulda Gonçalves, Helena Cloris Basso, Iria Rauber, Irani Bertolucci, Ilse Vanir Pisani, Julieta Zuanazzi, Julieta Frezza, João Ernesto Casara, Liria Santini, Luiza Spada, Laurita Rech, Lourdes Meletti, Luiza Manfro, Lindolfina de Medeiros, Lady Thomaz, Maria Spada, Maria do Carmo Vargas, Nelly Zuffo, Realda Alquatti, Ruty Wagner, Renata Forner, Suely Stallivieri, Sylvia Kuha e Yeda Ferreti.
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O diploma
Concedido a todos os formandos, o diploma trazia uma imagem da clássica Remington, ao lado do seguinte texto: "Certificamos que M. de Lourdes Canquerini completou o curso de Datilografia nesta escola, tendo sido julgada apta para exercer as funções inerentes à profissão, em virtude do que lhe é conferido o presente diploma".
Recordação
Todos os nomes dos formandos integram o santinho de recordação da missa em ação de graças, mandada rezar pelos futuros datilógrafos. A foto e o diploma integram o acervo pessoal da professora Elisabete Candeias Todescatto, 65 anos (filha de dona Maria de Lourdes e de seu Rubens Candeia), também formada pelo magistério do São Carlos e com destacada atuação na área da coordenação de estágio.
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Quatro gerações
O retorno às aulas no Colégio São Carlos, há duas semanas, teve um significado especial para a família Candeias Todescatto. Depois de três gerações terem concluído os estudos no São Carlos (a avó Maria de Lourdes, a mãe Elisabete e a filha Angela Candeia Todescatto), no último dia 13 foi a vez de Vicente Henrique Todescatto Cattani, três anos, filho de Angela e de Carlos Henrique Manica Cattani, dar sequência a essa tradição, integrando a turma de educação infantil.
Na foto acima vemos um registro do primeiro dia de aula, com Elisabete (vestindo a camiseta com a foto da mãe, Maria de Lourdes), a filha Angela e o neto Vicente.
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