Gabriel Aldecir Marini era conhecido pela intensa dedicação à comunidade. Filho de Luiza Cecconello e Antonio Marini, nasceu em 28 de novembro de 1933, na comunidade de São Gotardo, bairro de Flores da Cunha.
Décimo quinto filho entre os 16 irmãos, ele cresceu, construiu sólidas amizades – como um de seus melhores amigos, Ivo Cecconello –, constituiu família, viveu e trabalhou durante toda a sua vida na localidade.
Com 24 anos, no dia 26 de julho de 1958, casou-se com Edit Maria Ulian, com quem teve cinco filhos, chamados Jair, Gelson, Sidinei, Maristela e Magda (in memoriam).
Edit ainda se recorda perfeitamente da cerimônia, celebrada junto aos filhos e aos amigos da família:
– A festa foi comemorada em um salão de madeira, onde hoje está a cancha de bochas do Clube de São Gotardo. Tinha mais ou menos 100 convidados – lembra.
No âmbito profissional, trabalhou nas empresas da família, atuando como ferreiro, carpinteiro e torneiro mecânico. Assim, mantinha vivo não apenas o ofício que acompanhou os Marini durante anos, mas também a própria memória de seus descendentes e o patrimônio que, mais tarde, entregaria para seus filhos e netos.
Leitor ativo da coluna Memória durante quase toda a sua vida, Gabriel Marini faleceu em 11 de dezembro de 2017, em São Gotardo, comunidade que fez parte ativa de sua trajetória.
Os familiares realizaram, na data, uma homenagem como forma de agradecimento por todo o amor, carinho e dedicação à comunidade, à família e aos amigos.
Trabalho comunitário
Além de priorizar a vida em família, Gabriel valorizava o convívio social. Em São Gotardo, dedicou-se durante 45 anos na prestação de serviços comunitários. Exerceu atividades na Igreja, atuando como ministro da eucaristia, foi presidente da comunidade, atleta e bochófilo apaixonado do Clube Esportivo e Recreativo Cruzeiro.
Entre as funções desempenhadas, uma em especial se destacava: tocar o sino da Igreja. A função do sino na localidade é alertar aos moradores que, a cada vez que uma badalada ecoa, é a hora da missa. Outra função, menos frequente, é noticiar o falecimento de algum morador do bairro.
Por muitos anos, Gabriel deslocou-se até a Igreja para realizar esse serviço. Em dezembro do ano passado, ele descansou, deixando o belo som dos sinos nas mãos da comunidade que tanto fez parte de sua história.
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