O potencial econômico de Caxias do Sul é responsável por um intenso movimento literário, sendo referência no país. A presença da Universidade de Caxias do Sul, editoras e gráficas conceituais, uma feira do livro reconhecida nacionalmente, livrarias de vários portes, a biblioteca municipal e da UCS, com vasto acervo, aliado a um concurso literário anual criado em 1967, são alguns dos elementos que sustentam uma estrutura literária elogiável. Este é um dos aspectos que aproxima escritores de vários lugares do Estado a viver em definitivo numa cidade pujante, que oferece condições para realizar e publicar obras de gêneros diversificados.
Entre os escritores que fixaram residência em Caxias do Sul e encontraram condições favoráveis para publicar livros, destacam-se Flávio Chaves (Lavras do Sul), Jayme Paviani (Flores da Cunha), Marco de Menezes (Uruguaiana), Marcos Kirst (Ijuí), Kalunga (Jaguarão), Dhynarte Albuquerque (Cruz Alta), Natalia Borges Polesso (Bento) entre outros. De Bom Jesus, chegou há 23 anos Paulo Ribeiro. Autor de 19 livros, Ribeiro aproximou-se da cidade caxiense para trabalhar no jornal Folha de Hoje. Como colunista do Pioneiro, conquistou um prêmio ARI na categoria crônicas. O ingresso como professor de jornalismo na UCS influenciou na permanência até hoje. Formado pela PUC, com mestrado e doutorado em Literatura Brasileira pela UFRGS, Ribeiro evidencia-se por uma linguagem densa, complexa, inspirada na realidade em sua terra natal. Dos primórdios, evidencia-se Vitrola dos Ausentes, obra que conquistou o prêmio Henrique Bertasso de literatura, Valsa do Aparados, Glaucha, Missa Para Kardec e Iberê.
O reconhecimento do poder público caxiense veio em setembro de 2007. O então prefeito José Ivo Sartori apresentou Paulo Ribeiro como o patrono da Feira do Livro. Mais um motivo forte para o escritor abandonar de vez Bom Jesus, Porto Alegre ou Toulouse na França e permanecer na generosa Caxias do Sul, para sempre.
O professor chileno Pablo Ballesteros
Caxias do Sul foi colonizada por imigrantes italianos. Mas a diversidade e produção cultural não cessa. Da terra de Pablo Neruda, veio o professor Pablo Hernán Pinto Ballesteros. O chileno é uma autoridade nas peculiaridades referentes à América Latina. Ballesteros lançou pela El Capitán em 1996, pela gráfica da UCS. O livro, requintado pelo conteúdo dramático e poético, tem o prefácio do escritor caxiense Eduardo Festugato.
José Clemente Pozenato na televisão e no cinema
José Clemente Pozenato, nascido em São Francisco de Paula, também fervilha a produção literária caxiense. O escritor é autor de O Quatrilho, obra que chegou ao teatro com o grupo Miseri Coloni. Em seguida, Fábio Barreto adaptou para o cinema, filme indicado para o Oscar em 1996. Já o livro O Caso do Martelo ganhou projeção nacional na Rede Globo, em 1991. A gravação da novela policial, adaptada para televisão, trouxe para cidade estrelas globais. Na imagem, o diretor Paulo José (E) e Pozenato brindam a parceria cultural.