A posição privilegiada do Condomínio Auto João Muratore propiciou uma série de duas reportagens no jornal Pioneiro, em agosto de 1978. Localizado na Avenida Júlio de Castilhos, ao lado da Praça Dante Alighieri, o prédio cercado pela intensa evolução imobiliária permitiu fazer registros fotográficos sem obstáculos na dimensão de 360º graus.
No panorama, destacaram-se os cenários do Clube Juvenil, a região do Estádio Alfredo Jaconi, a Rua Visconde de Pelotas, no sentido do Cemitério e a quadra do Banrisul, na Rua Marquês do Herval, sentido Metalúrgica Abramo Eberle. Entre as imagens que apontam profundas mudanças nestes 39 anos, ressalta-se o cenário da esquinas das ruas Dr. Montaury com Pinheiro Machado. Na época, neste local funcionava o Cine Ópera. Sob um olhar mais preciso, percebe-se que a fachada do cinema exibia a programação com o filme Os Trapalhões nas Minas do Rei Salomão, lançado em 1977, com os atores Dedé Santana, Renato Aragão e Mussum. Na Rua Dr. Montaury notam-se os carros estacionados na diagonal. Atualmente, neste trecho, opera a parada da Visate, que atende aos bairros Santa Catarina, Santa Lúcia Cohab, Colina Sorriso, Pioneiro e São José.
Na composição da imagem, ao centro, está localizado o bairro Pio X. E, ao fundo, o Parque da Festa da Uva. Em 1978, o município registrava população de 220 mil habitantes.
Cenário de Caxias do Sul em 2017
A série de reportagens denominadas de "Uma cidade vista do alto" e "Da casa de Madeira aos Arranha-Céus", veiculadas respectivamente em 5 e 12 de agosto de 1978, encanta pelo conteúdo fotográfico. O repórter evidenciou o desaparecimento dos casarões em madeira, construção que acolheu os primeiros moradores da cidade. A edificação de prédios altos começou a partir de 1945.
Numa abordagem mais jurídica do imóvel urbano, o texto afirmou que até 1972 se construía a vontade. Não havia limitação no uso do terreno. Desde então, o Plano Diretor Urbano condicionou os projetos dentro de um ordenamento legal, com restrições.
Ao se fazer uma comparação entre as imagens do passado com as atuais, percebe-se que Caxias do Sul manteve um ritmo de desenvolvimento urbano ascendente. No cenário atual, notam-se as alterações da evolução. No endereço do Cine Ópera, que sofreu um incêndio em dezembro de 1994 e começou a ser demolido em fevereiro de 1995, está localizado o prédio Garagem Ópera.
A cidade que possui uma das rendas per capita mais elevadas do país, favorece a compra de carros. O prédio destinado aos estacionamentos de carros, proporcionou a solução de quem circula nas grandes metrópoles. Hoje, Caxias do Sul possui cerca de 500 mil habitantes.