O advogado Maurício Gravina impressiona pela fidelidade equilibrada entre a atividade profissional e a paixão pelo surf. O ritmo intenso de trabalho no universo jurídico é harmonizado em habituais manobras no litoral brasileiro. Para Gravina, o ritual de surfar organiza a energia física e proporciona a satisfação de praticar um esporte que aproxima o contato com a natureza, reúne amigos e permite conhecer deslumbrantes recantos do mundo. Em Torres ou na Ferrugem (SC), nas severas intempéries de inverno, Gravina aprendeu a conviver com as turbulentas marolas e ressacas, boas ondas, chuvas, água fria e apreciar graciosos pinguins e baleias.
A trajetória de Gravina no mundo do surf iniciou na infância, na Praia da Guarita, em Torres. Em 1973, com apenas cinco anos, ganhou uma prancha do pai Marcus Gravina. Na época, esta modalidade esportiva estava ingressando no Brasil. Gravina recorda que a parafina, roupa de borracha e demais equipamentos eram adquiridos no Rio de Janeiro. Bem diferente dos dia atuais, em que lojas distantes das áreas de surf oferecem a linha completa de produtos.
Rever os álbuns fotográficos de Maurício Gravina permite retroceder no tempo e perceber várias épocas que agitaram os verões na praia de Torres. Gravina recorda que nos primórdios, a galera surfava na Praia da Cal e na Guarita. Os molhes da Praia Grande não haviam sido construídos.
Hoje, Gravina possui um liberdade que não tinha na juventude. No Brasil, Gravina surfa com amigos caxienses na praia do Arpoador (RJ) e Santa Catarina. Também sentiu as ondas de La Paloma, no Uruguai.
Recentemente, o professor de Direito viajou para Santa Barbara, na Califórnia, local dos emblemáticos picos Sandspit, El Capitan, Backwash e Rincon. Gravina levou sua prancha, mas não resistiu e adquiriu uma americana. Nas imagens, dois momentos que registram a infância e a fase adulta de Gravina no surf.
Verão de 1982
A galera do surf caxiense está preservada na história fotográfica de Maurício Gravina. A turma da infância e da adolescência se fortaleceu em verões inesquecíveis. No grupo de 1982, Gravina menciona os amigos Duda Chaieb, Bebeto Martins, Lucio Stumpf, Felipe Raupp, Angelin, Cupim, Rubens, Fer Demori, Rafa Paglioli, Meister, Fabio Balen, Gefinho, Lucas Chiarello, Gallichio, Segat, Guilherme Fedrizzi, Fer e Glauber Gobatto e Leo e Oskar Metsavaht. Na imagem acima, percebe-se Gravina, ao centro, com amigos, na Praia da Cal. O caxiense presidiu a Associação dos Surfistas da Praia da Cal e organizou campeonatos.
Verão de 1985
A fascinação em surfar movia a turma de Maurício Gravina. Nas férias ou nos feriados, rumavam para o mar. Numa das incursões de 1985, Gravina (E) e os colegas Marco Carlin e Marcelo Mathias dão uma pausa na viagem, cujo destino era o litoral de Santa Catarina. Os caxienses viajaram num Gol, com três pranchas. Autor de livros jurídicos, Maurício Gravina possui fotografias e fatos para elaborar um consistente documentário em seus intensos 45 anos do surf. Sua cumplicidade pioneira é coroada pelo fato de permanecer no esporte e sentir o mesmo entusiasmo em fazer uma viagem longa à Califórnia (EUA), como nos tempos de infância.