A história do Cine Operário não se reduz à projeção de filmes. Em seu ambiente, inúmeras atividades sociais se desenvolveram. Inaugurado em 1929 por Victorio Diligente, o espaço acolheu nos primórdios jantares de casamento, festas de carnaval e bailes dos grupos de bolão do Círculo Operário Ismael Chaves Barcellos. Localizado na Rua Ismael Chaves Barcellos, o prédio propiciou a realização das variadas atividades culturais.
No final da década de 1940, a inauguração do palco fomentou o teatro. Um grupo de amigos, orientado pelo padre Olivo Bertuol, encantou pela apresentação de peças ícones da literatura e dramaturgia universal. As empolgantes gincanas de Galópolis utilizavam o local para determinadas tarefas.
Ali também aconteciam manifestações políticas. Em 1982, o PDT realizou um empolgante comício nas eleições municipais com seus três candidatos pedetistas à prefeitura caxiense. Dorvalino Mincato, Leopoldo Claus e Sadi Pinto Guedes contaram com a presença e o apoio do então prefeito Mansueto Serafini Filho. Devido à lotação, os militantes foram convidados a apreciar os discursos na rua. Os políticos apresentaram seus propósitos na marquise.
Com a extinção de projeção de filmes em 1983, as poltronas fixas foram retiradas. Um festival de rock em 1984 e a apresentação do Grupo Teatral Míseri Coloni marcaram um novo ciclo na agenda cultural e na utilização no espaço, então administrado pela Igreja.
Além disso, a 16ª Zona Eleitoral instalava ali suas seções de votações. Na década de 1980, uma sala lateral do prédio acolheu a agência dos Correios. Desde 1990, a parte térrea disponibiliza sala de jogos recreativos e uma cancha de bochas.
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Grupo Cênico Primavera no Cine Operário
Agostino Fontana, 80 anos, teve o privilégio de se apresentar no palco do Cine Operário, ao integrar o Grupo Cênico Primavera. O elenco principal, dirigido por Leda Canuto, era formado por Anita Dal Pan, Ignes Muner, Ivone Gazola, Sérgio Vial, Orestes Battassini, Vasco Felippi, Antonio Cortesi e Adelino Bridi. Na imagem abaixo estão os atores da peça O Hoteleiro Foi na Onda, apresentada por volta de 1956. O contemporâneo Luiz Antonio Felippi, 77, recorda que o espetáculo chegou a ser apresentado em Nova Petrópolis.
Espaço temporário de religiosidade
A Mitra Diocesana, proprietária do imóvel desde 1965, procurou destinar o Cine Operário na satisfação da função social. Na gestão da Diocese, os alunos da comunidade recebiam gratuidade para assistir a filmes no Dia da Criança. Quando as exibições foram extintas, em 1983, o local foi direcionado para atender reuniões paroquiais, aulas de catequese, mostras artísticas.
Em 2015, por ocasião da reforma da Igreja Matriz, o espaço foi adequado temporariamente para realizar as missas. Na foto, percebe-se a celebração com o padre Paulo Venturini, em março de 2015.