A Igreja Católica possui uma forte influência na evolução cultural de Caxias do Sul. Na história da diocese local, inúmeras congregações femininas enriquecem a religiosidade da sociedade caxiense. Entre as presenças destacam-se o trabalho edificante das ordens das irmãs de São José, Imaculado Coração de Maria, Murialdinas, Pastorinhas, São João Batista, Bom Pastor, Discípulas do Divino Mestre, Servas da Santíssima Trindade e Carlistas.
Além disso, evidencia-se a existência instigante da Irmãs Carmelitas, integrantes do Mosteiro do Menino Jesus de Caxias do Sul. A inauguração da Ordem do Carmelo localizada no bairro Panazzollo ocorreu em julho de 1951. Conforme reportagem do Pioneiro, houve uma solenidade calorosa para receber as religiosas. Uma cobertura fotográfica de José Dallabilia registrou todo o ritual da recepção, que iniciou numa celebração religiosa na Catedral e culminou com a entrega das chaves do convento pelo bispo dom José Barea à madre superiora. As portas cerradas, de forma simbólica, demonstraram a filosofia da clausura absoluta.
A cordialidade das lideranças femininas de Caxias com as religiosas vindas de São Leopoldo foi demonstrada pela acolhida das madrinhas Italia Festugato, Carolina de Oliveira Rizzo, Anita Torelly, Luizinha Spinato, Silvia Braghirolli, Themis Sehbe, Luiza Costi, Anaide Andreazza, Lira Ungaretti, Adélia Triches,Inês Ruaro e Noêmia Casara. Na imagem, registrada em novembro de 1992, percebe-se o grupo de religiosas em posição de oração. Foi a primeira vez em Caxias que uma reportagem ingressou no mundo restrito das Carmelitas. A ordem surgiu há 455 anos, na Espanha.
Intensa rotina de oração e trabalho
Uma matéria publicada no Pioneiro, na edição de 14 de julho de 1951, reproduziu a rotina de uma Carmelita no interior do claustro. As visitas são raras e breves, reservadas aos pais e irmãos. O objetivo é preservar o silêncio, fundamental para permanecer unida a Deus.
O dia começa às 4h45min, com uma hora de meditação. Nos intervalos das orações, há atividades relacionadas à poesia e aos cânticos. Dentro dos muros do convento não existe ociosidade. O cotidiano está regrado e voltado para louvores e orações. A alimentação abdica do consumo de carne de forma completa e perpétua. Nas Sexta-feira Santa, não consomem ovos e nem bebem leite. Na imagem (1992), percebe-se um grupo de Carmelitas cultivando uma horta própria no convento, que fornece parte de sua alimentação vegetariana.
Devotas de Santa de Teresa
A última aparição das Carmelitas na imprensa local foi em 17 de outubro de 2015. O motivo da imagem estava associado ao aniversário de Teresa de Ávila, conhecida como Santa Teresa de Jesus, que disseminou a prática do enclausuramento, votos de castidade, pobreza e obediência e um convívio fraterno e de amor ao próximo e sujeição absoluta em Deus.
O ambiente do convento é de muita paz e harmonia. O jardim, conservado com zelo pelas religiosas, é um convite para meditação e oração. A capela exibe uma obra do pintor italiano Aldo Locatelli.