A última edição impressa do centenário jornal Correio Riograndense, que circula nesta quarta-feira na Serra Gaúcha, serve para recordamos os primórdios do meio de comunicação caxiense. A partir de hoje, as edições poderão ser conferidas pelos leitores apenas na plataforma online (www.correioriograndense.com.br). Inclusive, a última versão em papel contará com 20 páginas, todas dedicadas à história do periódico.
A trajetória do Correio Riograndense, pertencente à Ordem dos Frades Menores Capuchinhos, remete a 1909, quando as edições eram publicadas em língua italiana, com o nome de La Libertà. À época, o jornal era editado pelo sacerdote diocesano, padre Carmine Fasulo, conforme relato histórico no site do jornal.
Com pouco tempo de vida e ameaçado de fechar, o semanário foi adquirido pelo pároco de Garibaldi, para onde transferiu a tipografia e a redação, trocando o nome para Il Colono Italiano.
Já em 1917, frei Bruno de Gillonnay adquiriu a tipografia e redação, dando-lhe novo título de La Stafetta Riograndense. Em 1941, com a proibição dos jornais em língua estrangeira, o semanário começou a ser publicado em português, com o nome de Correio Riograndense.
Freis Capuchinhos: 120 anos no Rio Grande do Sul
O Correio permaneceu em Garibaldi até 1952, quando houve a transferência para Caxias. Nesse mesmo período foi criada a Editora São Miguel, sediada no bairro Rio Branco.
Na foto que abre a reportagem, um registro do sistema de tipografia entre 1950 e 1960 (não há o ano específico da fotografia). Acima, a última rodagem do Correio, na noite de segunda-feira.
Publicações deixarão saudades aos leitores
Além de informar, o Correio Riograndense tinha uma função bastante especial para o bancário aposentado Sergio Weil, 66 anos, morador de Caxias do Sul. Ele usava as publicações para as aulas de digitação do Projeto Saber Viver , da Catedral Diocesana de Caxias do Sul.
– Como o jornal sempre teve uma gama muito grande de informações, eu usava os textos para passar para os meus alunos. Além de aprender digitação, eles ainda ficavam informados com os conteúdos – explica o voluntário.
Morador de Garibaldi, o ex-agente Avelino Ló desempenhou por 40 anos a função de dar assistência aos leitores do jornal no município:
– O Correio Riograndense foi sacerdote, catequista, técnico agrícola, cozinheiro, professor, biblioteca. Foi um jornal de fé e confiável – resume Ló.
Números
A plataforma on-line atual do jornal foi criada em 2 de setembro de 2015. O endereço eletrônico substituiu o site institucional antigo. Já a versão impressa era distribuída semanalmente, às quartas-feiras, com tiragem de 12 mil exemplares.
Ainda em 2015, o jornal passou a ser impresso em versão totalmente colorida.