Uma história que teve início em finais do século 19, com a partida dos imigrantes italianos Egídio Tessari e Catterina Sartori rumo ao Brasil, será oficialmente revisitada neste sábado, dia 22, no Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami. É quando ocorre o lançamento do livro Família Tessari - Arquivo Histórico (1891-2016), escrito pelo bisneto Marcos Artur Tessari.
O casal Egídio e Catterina saiu do Porto de Gênova a bordo do Vapore Santa Fé em 10 de dezembro de 1891, com destino ao Porto de Santos – e posteriormente a São Sebastião do Caí –, trazendo os filhos Maria, Giuseppe, Antônio, Scolástica e Francesco. Em solo brasileiro, eles tiveram mais quatro descendentes: Magdalena, Pedro, Egídio Francisco (que faleceu ainda bebê) e Rozina.
Em Caxias, a família se estabeleceu no Travessão Santa Tereza, na 5ª Légua, próximo da antiga Cantina Antunes. Foi onde o patriarca Egídio exerceu a profissão de carpinteiro, agricultor e posteriormente pedreiro – com a ajuda dos filhos, ele ficou bastante conhecido na cidade ajudando na construção de várias obras, entre elas a Catedral Diocesana, a Estação Ferroviária, o Lanifício São Pedro, em Galópolis, e o antigo 9º Batalhão de Caçadores (quartel).
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Conforme informações do autor, os Tessari também integraram o "Grupo Dei Muratori", responsável por erguer muros, chaminés e taipas. Segundo dos nove filhos de Egídio e Catterina, Giuseppe "Bepi" Tessari seguiu na construção civil e, junto com os irmãos, auxiliou nas obras do Hospital Pompéia e dos colégios São José e Carmo.
Paralelamente ao "lavoro", a música, o futebol e o teatro de marionetes integravam o cotidiano de Bepi e da família – frequentemente, eles eram convidados para animar festas e confraternizações típicas.
Na foto abaixo, vemos o casal Giuseppe Tessari e Josephina Pezzi com os 13 filhos no final dos anos 1940. Em pé, da esquerda para a direita, estão Vitório, Waldomiro, Adelino, Pedro, Egídio, Américo, Angelo, Attílio e Natalino. Sentados, João, Égide, o casal Josephina e Giuseppe, e os irmãos Maria e Rosalimbo.
Giuseppe faleceu em maio de 1956, aos 74 anos. Josephina partiu apenas quatro meses depois, aos 72.
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Ramificações
Do casamento dos filhos de Egídio e Catterina resultaram ramificações com as famílias Segalla, Pezzi, Scopel, Gollo, Dalfovo, Montanari e Cattani.
Maria, a filha mais velha, casou com Luiggi Segalla – eles tiveram nove filhos. Giuseppe, o Bepi, casou-se com Josephina Pezzi, com quem teve 13 filhos.
Antônio, o Toni, casou com Eliza Scopel (12 filhos). Scolástica casou com Ângelo Gollo (três filhos). Francesco, o Checo, casou com Vitória Dalfovo e partiu para Bom Jesus (tiveram nove).
Magdalena, a Nela, casou com Luiz Pezzi e teve 10 filhos. Pedro Tessari (Piereto), casou com Paschoa Montanari (oito filhos). Já a caçula Rozina casou com Leonello Cattani e com ele teve sete filhas.
Os descendentes se estabeleceram basicamente nos bairros Exposição e Panazzolo, onde muitos residem até hoje, e também na localidade de São Romédio.
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O autor
Marcos Artur Tessari é filho de Luiz Tessari (o Luizin) e Eralda Virgínia Machado Tessari, neto de Antônio e bisneto de Egídio. Na imagem acima, ele aparece entre os pais, em 1976. Atrás, em pé, estão os irmãos Armando, Luiz Antonio (Nino), Paulo e Vera.
O livro de Marcos detalha desde a partida dos bisavós da Itália até a chegada a Caxias, as origens da família e do nome Tessari, o brasão, um capítulo especial com a biografia de cada um dos filhos de Egídio e Catterina e um álbum com fotos e informações dos integrantes.
A obra tem lançamento neste sábado, das 14h às 16h30min, no Arquivo Histórico Municipal João Spadari Adami (Av. Júlio de Castilhos, 318). O livro, cuja tiragem é de apenas 100 exemplares, custa R$ 85.
Mais informações pelo e-mail marcos.tessari@hotmail.com.