Durante sua construção, entre o final dos anos 1940 e o início dos 1950, a Igreja de São Pelegrino também serviu como ponto de visitação de fiéis e curiosos, que aproveitavam para acompanhar as pinturas do italiano Aldo Locatelli ou simplesmente perambular pelo novo templo.
Entre os visitantes daqueles tempos estavam os jovens Ruben Festugato, Wilson Costi e Darwin Gazzana, que, além de subir em um dos vãos ao lado da torre do relógio, ainda registraram o momento para a posteridade.
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Conforme recorda Festugato, os amigos entraram por curiosidade no local, sem o aval do padre Eugênio Giordani, pároco e mentor da construção do templo. Casualmente, um dos rapazes (possivelmente um dos irmãos Andreazza, Ely ou David) carregava uma câmera, que serviu para eternizar a aventura do trio.
O guardião da chave da Igreja São Pelegrino em 1953
A imagem, guardada até hoje pelo aposentado, traz, a partir da esquerda, Festugato, Costi (ao centro) e Gazzana. Não satisfeitos com o primeiro registro, os amigos ainda deslocaram-se até outra abertura da torre, posteriormente fechada com um vitral. Na imagem o trio aparece com parte do bairro São Pelegrino e do Centro ao fundo.
Veja a foto com mais detalhes abaixo.
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A família Festugato
Filho de Pedro e Itália, Ruben Festugato, 87 anos, nasceu na antiga Zona Caipora, atual bairro Nossa Senhora de Lourdes. Durante a infância, mudou-se para a casa construída pelo pai na Av. Júlio de Castilhos, entre as ruas Alfredo Chaves e Borges de Medeiros, onde vive até hoje com as irmãs Ana e Renée - ele ainda tem mais três irmãs: Lourdes, Marlene e Mary (in memoriam).
Na adolescência, o jovem costumava jogar tênis em uma quadra de chão batido, ao lado da residência, que também serviu de centro de treinamento para a equipe Grêmio Atlético Eberle, na década de 1940.
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Atuação profissional
Aos 14 anos, seu Festugato formou-se no curso ginasial no Colégio Nossa Senhora do Carmo. Abaixo, um registro da formatura em 1943. Na primeira fila, da esquerda para a direita, aparecem os colegas Nestor Curra, Ivo Fonini e Antonio Schumacher, o Irmão Gabriel (paraninfo da turma), Raimundo Pessini, Pedro Pergher e Guilherme Fingher.
Na segunda fileira, na mesma ordem, Celso Schio, Airton Nara, Jairo Machado, Giovani Schiavino e Luis Mangion. Atrás, Darci Rossi, Rui Baldisserotto e Hermínio Bassanesi. Na última fila, também a partir da esquerda, estão seu Festugato, Edy da Silva, Darwin Gazzana, Josué Favaro e Milton Mandelli.
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Após a formatura, Festugato decidiu mudar-se para Porto Alegre, onde fez a preparação para o vestibular no Colégio Estadual Júlio de Castilhos. Foi na Capital também que ele iniciou um curso de contabilidade, posteriormente finalizado em Caxias do Sul.
Na volta a Caxias, o rapaz, que esporadicamente participava das montagens teatrais da Aliança Francesa, investiu em uma camisaria, com o apoio de alguns familiares. Algum tempo depois, acabou largando o empreendimento para trabalhar na Marcopolo. Ele permaneceu na empresa por cerca de 30 anos, até se aposentar em 1981.
Nu fotográfico agita a Aliança Francesa em 1955
*Com a colaboração de Alana Fernandes.