O casal Antonio e Stella De Lazzer teve papel fundamental no desenvolvimento de Caxias do Sul a partir das duas primeiras décadas Século 20. E a área de atuação logicamente foi o abastecimento e a hospedagem dos tropeiros que passavam pela antiga Estrada Conselheiro Dantas, hoje o quarteirão formado pela ruas Angelo Muratore, Barão do Amazonas, Giacomo Geremia e Luiz Dall'Alba, no Bairro De Lazzer.
Foi lá que, após o casamento, em 1909, os dois construíram a sua casa de comércio, o lendário e pomposo "Ao Grande Baratilho - Fazendas e Secos & Molhados de Antonio De Lazzer". O espaço mesclava pousada, salão de bailes e bodega, onde eram comercializados produtos como queijo,cera, couro, açúcar, tecidos, querosene, farinha, fumo, salame, batata, cebola, enfim, todo tipo de iguaria ou apetrecho de uso cotidiano e preço acessível.
Um retorno aos antigos armazéns de secos e molhados
Era o início da formação de um pequeno núcleo urbano na rural 7ª Légua de Caxias - e que começaria a se desenvolver ainda mais com o surgimento do traçado da BR-116, em meados dos anos 1920. Por volta desta época, Antonio cedeu ao DNER a faixa de domínio legal exigida pelo governo federal - cerca de 30 metros no interior da sua propriedade - para a abertura da estrada, bem como o local para a instalação do Posto da Polícia Rodoviária.
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Na carona desse desenvolvimento - e preocupado com a falta de ensino básico para as crianças do local -, o casal colaborou ainda com a construção do Colégio D. Pedro II, cuja primeira professora do 1º e 2º anos do colegial foi a filha Ilse Antonieta De Lazzer.
O Balneário De Lazzer
A vasta beleza natural da área e a crescente infraestrutura junto à comunidade da 7ª Légua do Travessão Pedro II logo chamaram a atenção dos moradores das áreas centrais - principalmente no verão. Eram os primórdios do Balneário De Lazzer, que marcaria época entre as décadas de 1930 e 1970.
Antigos verões: o Balneário De Lazzer
O casamento de Antonio De Lazzer com Stella Panigaz De Lazzer em 1909. Foto: acervo de família, divulgação
O casamento
Agricultor e comerciante, com larga experiência em carpintaria e serraria, Antonio De Lazzer casou com Stella Panigaz em 1909, ele com 25 anos, ela com apenas 17.
A festa foi realizada na casa da família do noivo, tendo o empresário Abramo Eberle e a esposa, Elisa Venzon Eberle, como padrinhos de casamento. O motivo da amizade entre as famílias estava no fato de que Antonio De Lazzer e o pai, Vittore, fabricavam moldes de madeira para a Fundição Eberle.
Da união nasceram sete filhos: Odila, Angelina Gema, Agostinho, Victor, Clari, Ilse e Antoninho.
Com informações do livro "Povoadores da Colônia Caxias", de Mario Gardelin e Rovílio Costa, e do leitor Victor Hugo Gardelin De Lazzer, neto de Antônio De Lazzer.
História
Memória: o Grande Baratilho de Antonio De Lazzer
Casa de comércio impulsionou o surgimento do bairro De Lazzer a partir de 1910
Rodrigo Lopes
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