Cerca de 30 profissionais ligados ao setor de eventos estiveram na prefeitura de Caxias, na manhã desta segunda (7), para cobrar ações de enfrentamento ao período de crise atual. Cinco representantes do grupo foram recebidos pelo vice-prefeito, Edio Elói Frizzo; e por Grégora Fortuna dos Passos, que responde pela Secretaria de Governo Municipal. O grupo se uniu ao coro que faz pressão à prefeitura pela abertura de um novo edital para repasse de recursos da lei Aldir Blanc. A solicitação é pela abertura imediata de um novo edital, já que os valores (cerca de R$ 1,7 milhão) terão de ser devolvidos ao governo do Estado após 31 de dezembro. Sobre esse assunto, a prefeitura marcou para esta terça (8), às 17h, uma nova reunião entre representantes do grupo com a secretária da Cultura, Luciane Perez.
— Pedimos que se abra o edital e que seja menos burocrático do que da outra vez, quando tivemos apenas 200 projetos enviados numa cidade com mais de mil artistas cadastrados — apontou o músico Robison Boeira, um dos articuladores do grupo.
Outra solicitação apresentada na reunião tem caráter mais polêmico. Os representantes do setor pediram por um possível estreitamento da prefeitura com o Governo do Estado no que diz respeito à flexibilização de eventos culturais. Boeira defende que poderiam ser retomados atendimentos como nos bares, assegurando novos formatos solicitados pelos protocolos atuais.
— Queremos voltar dentro de um novo formato, claro, com ocupação restrita de espaço e outras restrições. O setor de eventos tem como assegurar esses cuidados — disse Boeira.
Após a reunião na prefeitura, o grupo seguiu para a Câmara de Indústria, Comércio e Serviços (CIC) de Caxias, onde o prefeito Flavio Cassina (PTB) palestrou na reunião-almoço. Lá, dois representantes do grupo foram recebidos por integrantes da administração municipal, entre eles o secretário de Segurança Pública e Proteção Social, Hernest Larrat dos Santos, e pela direção da CIC.
Durante a manifestação, parte do grupo defendia a suspensão da reunião-almoço, já que a atividade reúne cerca de 120 pessoas. Eles argumentavam que não havia diferença entre um evento com música e a palestra conduzida pelo prefeito. No grupo, contudo, também havia manifestantes com o entendimento de que a reunião-almoço cumpria os protocolos por ser em formato restaurante e, por isso, a realização não deveria ser questionada.
— Achamos uma falta de respeito por parte das autoridades proibirem eventos com todas as restrições e ser autorizado um evento como esse. Se é para um é para todos — reclama o músico autônomo Daniel Marinho, 45 anos.
Uma das representantes recebidas pela direção da CIC ponderou com os demais participantes após a conversa:
— Podemos ficar aqui, mas não podemos barrar o evento. Eventos clandestinos são totalmente errados, mas esse não é clandestino — argumentou.
Durante o ato, que começou pouco antes das 11h, participantes da reunião-almoço foram impedidos de entrar com o carro no estacionamento da CIC. Entre eles, estava o prefeito eleito Adiló Didomenico (PSDB), acompanhado da vice, Paula Ioris (PSDB). Ambos foram abordados pelos manifestantes e questionados a respeito das restrições. Eles também mencionaram a aglomeração registrada na festa da vitória nas eleições, no dia 29.
— Vamos trabalhar nesse sentido, sou muito aberto e defendo a abertura da economia. Se precisar vamos até o governo do Estado levar essa angústia — disse Adiló.
Dentro da CIC, na abertura da reunião-almoço, o presidente da entidade, Ivanir Gasparin, disse que a atividade ocorre seguindo todos os protocolos de bandeira vermelha e que está sob o regramento do funcionamento de restaurantes.